A temporada de verão em Balneário Camboriú traz um aviso preocupante: o Instituto do Meio Ambiente (IMA) realizou a análise mais recente de balneabilidade e revelou que todos os 10 pontos de coleta na famosa Praia Central estão impróprios para banho. Esse alerta levanta preocupações em uma das praias mais movimentadas de Santa Catarina.
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Principais destaques
- Resultados alarmantes: Todos os 10 pontos de coleta da Praia Central de Balneário Camboriú são considerados impróprios para banho.
- Excesso de bactérias: Áreas na altura da Rua 2000 e Rua 2500 registraram 14.136 bactérias escherichia coli a cada 100 ml, 17 vezes acima do limite aceitável.
- Causas multifacetadas: A contaminação está ligada a fatores como chuvas intensas, falta de saneamento e problemas no sistema de tratamento de esgoto.
O IMA realizou essa análise na segunda-feira, dia 4 de dezembro, revelando números preocupantes após um fim de semana de sol e praias lotadas em toda a região litorânea de Santa Catarina.
Os pontos críticos, localizados na altura da Rua 2000 e Rua 2500, mostraram uma concentração elevada de 14.136 bactérias escherichia coli por 100 ml. Esse valor está muito acima do limite considerado seguro, que é de 800 bactérias para a mesma quantidade de líquido.
De acordo com os critérios de balneabilidade, um local é próprio para banho quando, em 80% das últimas cinco análises, apresenta valores abaixo de 800 bactérias. Contudo, se mais de 20% das análises indicarem níveis superiores a esse limite ou se na última coleta o número ultrapassar 2000 bactérias, o local é considerado impróprio.
Esse resultado, embora não seja uma novidade, surpreendeu pela gravidade
Balneário Camboriú destaca-se por possuir uma das maiores coberturas de rede de esgoto em Santa Catarina, atendendo cerca de 98% do município. No entanto, problemas persistem.
A empresa responsável pelo sistema de esgoto, a Emasa, identificou três principais fatores que afetam a balneabilidade da Praia Central. A chuva intensa arrasta o esgoto proveniente de ligações irregulares na rede pluvial, enquanto a falta de saneamento básico em Camboriú faz com que o esgoto vá parar no Rio Camboriú, desaguando na Barra Sul.
Além disso, a eficiência reduzida do sistema de tratamento em Balneário tem reconhecimento pela própria Emasa. A lagoa de aeração, crucial no processo de tratamento, enfrenta problemas que prejudicam sua operação adequada.
A situação se agrava ao considerar que, embora todo o esgoto coletado tenha tratamento, a eficiência média atual é de apenas 60%. No entanto, se a lagoa estivesse operando normalmente, essa eficiência poderia ultrapassar os 90%.
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Reforma em curso
Afinal, diante desses desafios, a Emasa identificou a necessidade de reformas na lagoa de aeração. Uma tentativa anterior de reparo não foi bem-sucedida, levando o município a contratar uma nova intervenção emergencial, com um custo de R$ 4 milhões.
As obras começaram no dia 23 de novembro e têm previsão de conclusão até o final deste mês. Paralelamente, um Termo de Ajuste de Conduta com o Ministério Público de Santa Catarina exige a construção de uma nova estação de tratamento. Isto utilizando tanques, cujo projeto está em andamento.
A situação na Praia Central de Balneário Camboriú evidencia desafios cruciais no tratamento de esgoto. Também levanta a necessidade urgente de soluções eficazes para garantir a balneabilidade das praias na região.
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