Tripulante de Santa Catarina desaparece após naufrágio
O catarinense João Pereira, que vive em Navegantes há 17 anos, está desaparecido desde o dia 30 de outubro, após o naufrágio de um rebocador no Litoral do Rio de Janeiro. A última vez que a família teve notícias dele foi através de um áudio onde ele falava sobre a tempestade que enfrentava em alto-mar: “Estou botando água no rumo de casa aí. Muito vento, Adão. Está tudo bem com o meu filho por aí?”, foram suas palavras antes do silêncio.
###
Freelancer nas férias
João trabalhava em Balneário Camboriú e decidiu tirar um tempinho nas férias para fazer um trabalho extra em uma plataforma marítima. Durante esse intervalo, recebeu um convite inesperado para integrar uma nova tripulação. A mãe de João, Luciane Oliveira Pereira, revelou que ele conheceu um tal de Rafael, que o chamou para uma nova experiência: “Ele disse: ‘Lu, o Rafael disse que tem um rebocador para levar para Paranaguá’. Eu avisei: ‘vida, não vai, porque tu não sabes quem são essas pessoas’”, contou Luciane, preocupada, já que João nunca tinha ido ao Rio antes.
Apesar dos alertas da mãe, ele seguiu em frente, acreditando que ao chegar no Rio seria feito bom acolhimento por pessoas próximas aos tripulantes.
###
Buscando o pai
Com a falta de notícias, o filho de João, Rômulo Pereira, decidiu ir ao Rio de Janeiro para ajudar nas buscas. Ele ficou por lá cerca de cinco dias, usando drones com grande alcance para tentar encontrar vestígios do barco naufragado. “Levamos um drone que consegue alcançar 25 quilômetros, e cara, está tudo muito estranho. Estamos cobrando das autoridades que elas investiguem mais a fundo, porque está tudo esquisito”, ressaltou Rômulo.
###
A situação do rebocador
Rômulo contou ainda que o dono do rebocador parece estar escondendo informações da família. “Ele agiu com frieza e até me ligou perguntando o que eu estava fazendo lá, como se eu estivesse atrapalhando as buscas”, destacou.
De acordo com as informações que chegaram à família, três homens estavam a bordo do rebocador no momento do naufrágio, mas apenas um foi resgatado com vida. João e outro tripulante continuam desaparecidos. Para Luciane, há sinais preocupantes de negligência. “A gente quer descobrir a verdade. Os celulares deles mostram que estão todos no mesmo lugar. Pedimos justiça. Já faz dez dias e uma família está desesperada, sem respostas”, destacou Luciane.
As buscas seguem pelas autoridades locais, mas, por enquanto, ninguém sabe o paradeiro de João e do outro tripulante. A família continua insistindo por uma investigação mais aprofundada.



