Uma nova fase no combate à dengue está se desenrolando em Santa Catarina. Além de Joinville, outras duas cidades, Balneário Camboriú e Blumenau, irão adotar o Método Wolbachia, que promete ajudar a reduzir a proliferação do mosquito da dengue com a chegada do verão.
No último dia 27, uma cerimônia em Joinville deu início a essa nova etapa, que vai permitir a liberação de mosquitos em diferentes regiões, reforçando o esforço para controlar a doença. Joinville foi a pioneira na aplicação dessa técnica e agora serve de modelo para as cidades vizinhas.
Produção de mosquitos em Joinville
Gabriel Sylvestre, que cuida da implementação do projeto da Wolbito do Brasil, explicou que a produção dos mosquitos acontece diretamente em Joinville, que agora se torna um núcleo regional. A biofábrica na cidade está programada para liberar semanalmente cerca de 3,4 milhões de mosquitos nas três cidades, com uma produção de 11,1 mil frascos para soltura.
Ele destacou a importância do comprometimento das equipes na execução dessa estratégia. “A experiência em Joinville pode inspirar outras cidades e nos ajudará a avançar nas próximas fases”, afirmou Sylvestre.
O prefeito de Joinville, Adriano Silva, também comentou os resultados já percebidos. Ele se mostrou otimista, citando que, neste ano, houve menos de mil casos de dengue e nenhum óbito. O combalido trabalho em equipe e ações como a do Método Wolbachia foram essenciais para esses avanços e para proteger a população joinvilense.
Início da soltura de mosquitos
A soltura desses mosquitos começou às 6h do dia 27, abrangendo cerca de 400 mil habitantes nas três cidades. É importante observar que essa atividade só acontece em dias sem chuva intensa, garantindo a eficácia do método.
Em Joinville, os bairros que recebem os mosquitos incluem Glória, Santo Antônio, Bucarein e Pirabeiraba, entre outros. A cidade, que já realiza ações de combate desde 2024, agora avançará para 15 bairros, protegendo mais de 500 mil pessoas.
Como o Método Wolbachia funciona
O Método Wolbachia é uma estratégia inovadora criada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com o Ministério da Saúde e gerida pela Wolbito do Brasil. Essa técnica utiliza mosquitos Aedes aegypti infectados por uma bactéria chamada Wolbachia.
Quando esses mosquitos cruzam com os locais, a bactéria é passada para os filhotes, que, assim, perdem a capacidade de transmitir doenças como a dengue. Essa abordagem já tem mostrado resultados positivos em 15 países e em diversas cidades brasileiras, como Niterói e Belo Horizonte, com dados que reforçam sua eficácia.
