Itajaí e Região

Tarifas dos EUA geram preocupação no setor pesqueiro de SC

O setor pesqueiro de Santa Catarina já está sentindo o impacto das novas tarifas anunciadas pelos Estados Unidos, que devem começar a valer em agosto. A preocupação é grande, especialmente entre os pescadores e empresários da região. Antes mesmo do início das cobranças, algumas empresas já estão enfrentando perdas significativas. Por exemplo, uma delas, localizada em Itajaí, precisou cancelar o envio de 12 contêineres destinados ao mercado americano. A realidade é que a tarifa que incidirá sobre um deles representa metade do valor da carga.

Esse cenário foi revelado pelo Sindipi, o Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região. Desde 2018, quando o mercado da União Europeia se fechou para o Brasil, os Estados Unidos passaram a ser o principal destino para as exportações de pescados.

Na última segunda-feira, o Sindipi enviou um ofício ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, além do Palácio do Planalto, pedindo ajuda para resolver essa situação complicada. Eles também estão solicitando a abertura de novos mercados para o pescado brasileiro, já que a pressão do tarifaço pode ser devastadora.

EUA são o principal mercado para o pescado de SC

Santa Catarina é um polo pesqueiro, com muitas exportações realizadas por cidades como Itajaí e Navegantes, no Litoral Norte. Em 2024, as exportações de pescado somaram cerca de 40 milhões de dólares, e dos quais 13 milhões foram para os Estados Unidos.

O presidente do Sindipi, Agnaldo Hilton dos Santos, ressalta que é urgente repensar as tarifas e buscar novos mercados. “Um mercado que representa mais de 33% das exportações catarinenses não pode ser ignorado”, ele afirma, destacando a importância dessa fatia do mercado na economia local.

Pedindo novos horizontes para o setor pesqueiro

Entre os pescados mais afetados pelas novas tarifas estão a corvina e a meca. No último ano, 66% de toda a corvina exportada pelo Brasil teve os Estados Unidos como destino, enquanto 100% da meca também foi enviado para lá. Isso evidencia o quão dependente o setor está do mercado americano e a necessidade urgente de diversificar.

“A abertura de novos mercados é fundamental. Precisamos focar no Oriente Médio, no Sul Asiático, na África e na América do Sul”, menciona Geraldine Coelho, engenheira de alimentos e assessora da indústria no Sindipi. Essa visão é crucial para garantir que o setor pesqueiro de Santa Catarina consiga superar esses desafios e continue a prosperar.

Rodrigo Peronti

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo