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Tarifas de Trump: distribuição de receitas das taxas em pauta

No último domingo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mencionou a possibilidade de que os cidadãos norte-americanos, especialmente aqueles de renda média e baixa, possam receber algum tipo de dividendo ou distribuição de dinheiro devido às tarifas comerciais impostas pelo governo. Essa declaração foi feita enquanto Trump se preparava para embarcar no Air Force One após uma visita ao seu clube de golfe em Nova Jersey.

O presidente não forneceu detalhes sobre como essa medida seria implementada. A afirmação veio após o anúncio, na última quinta-feira, de um novo pacote de tarifas que impacta mais de 60 países, incluindo o Brasil, que enfrenta uma taxa de 50%, a maior entre os países afetados.

Até agora em 2023, a arrecadação de impostos sobre mercadorias importadas aumentou consideravelmente. Dados do Tesouro dos EUA revelaram que, até julho deste ano, os impostos cobrados geraram US$ 152 bilhões (aproximadamente R$ 876 bilhões), quase o dobro em comparação com os US$ 78 bilhões (cerca de R$ 432 bilhões) arrecadados no mesmo período do ano anterior.

Trump destacou frequentemente essa receita tarifária como prova de que sua política comercial está funcionando, apesar de gerar incertezas e aumentar os preços dos produtos para os consumidores. Membros de sua equipe afirmaram que os recursos provenientes das tarifas ajudariam a compensar os impactos dos cortes de impostos amplamente aprovados pelo Congresso, que devem resultar em uma perda de receita de pelo menos US$ 3,4 trilhões (cerca de R$ 19 trilhões) para o governo.

Após a divulgação de um relatório de empregos que mostrou sinais de tensão no mercado de trabalho, o presidente comentou nas redes sociais que as tarifas estão trazendo bilhões de dólares para os Estados Unidos.

Analistas acreditam que, se as tarifas forem mantidas, poderiam trazer mais de US$ 2 trilhões (aproximadamente R$ 11 trilhões) em receita adicional na próxima década. No entanto, muitos economistas não acreditam que isso se concretize e esperam que o país acabe desistindo das novas barreiras comerciais. Por outro lado, alguns estudiosos, como o economista João Gomes da Wharton School, alertam que pode ser difícil abrir mão dessa fonte de receita, especialmente em um contexto de dívidas e déficits crescentes.

Rodrigo Peronti

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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