Itajaí e Região

Significado das caveiras em carros de aplicativo em SC

Um grupo bem interessante de motoristas de aplicativo em Santa Catarina tem se destacado por onde passa, e tudo isso por conta de um adesivo de caveira que cola no vidro traseiro dos carros. Mas, não se engane, não é só uma questão de moda. Esse símbolo carrega ideias de união e igualdade entre os motoristas, esse lema é forte: “Eu por você, você por mim”. O nome desse grupo é Caveiras SC e a história dele vale a pena ser conhecida.

A comunidade nasceu há mais de sete anos, quando algumas pessoas que trabalhavam durante a noite em Florianópolis começaram a usar o WhatsApp para trocar informações e se proteger. O que começou com apenas 12 motoristas, agora cresceu para uma rede com mais de 4 mil membros espalhados por todo o estado.

Para fazer parte do Caveiras SC, não é tão simples assim. Os novos candidatos precisam ser indicados por alguém que já faz parte do grupo. Em seguida, eles preenchem uma ficha de cadastro e suas informações nas plataformas de corrida, como Uber e 99, passam por uma análise rigorosa.

## O surgimento das caveiras em carros de aplicativo em SC

É interessante saber como tudo isso começou. Leandro Moraes, um dos fundadores, conta que a caveira foi escolhida para simbolizar a ideia de que, no fundo, todos somos iguais. O visual do adesivo já passou por algumas mudanças. Inicialmente, a caveira tinha um aspecto mais “amedrontador”, mas foi remodelada para ter uma aparência mais amigável, incorporando elementos de personagens conhecidos como Darth Vader e Skullette, da Monster High.

Essa transformação ajudou a fortalecer a ideia de união do grupo, e com o tempo, os adesivos foram se espalhando pelos veículos de motoristas em várias regiões, incluindo o Vale do Itajaí e Lages.

## Regimento interno, rigor na seleção e sem fraude

O grupo possui uma estrutura hierárquica onde cada núcleo tem suas regras e um sistema de fiscalização. A cultura de comunidade é tão forte que os membros não só se auxiliam, como também cuidam uns dos outros. Se alguém, por exemplo, for banido do aplicativo e tentar continuar trabalhando com outra conta, isso será descoberto. “As informações chegam”, como Leandro afirma.

Quando um motorista é removido, seu adesivo é retirado. Mas é bom saber que mesmo aqueles que já não atuam como motoristas continuam envolvidos nas atividades do grupo e até ajudam a organizar ações sociais.

## ‘Prefiro levar um trabalhador do que um magnata’

Outro ponto interessante é que, para Leandro, cada corrida é única. Ele acredita que é mais significativo transportar um trabalhador do que uma pessoa rica. “Às vezes, você faz uma corrida saindo de um restaurante caro e leva alguém que, com certeza, já tem o seu carro na garagem”, reflete. Para ele, ajudar quem realmente precisa sempre faz mais diferença.

## Os benefícios e as ações sociais do grupo

Os motoristas que fazem parte do grupo podem usufruir de vários benefícios, como descontos em abastecimento, troca de óleo e manutenção dos veículos. Além disso, eles têm uma “central de monitoramento” que permite que compartilhem sua localização durante as corridas, garantindo mais segurança.

Um aspecto bonito do Caveiras SC é a solidariedade. Quando eles percebem que alguém precisa de ajuda, como uma criança que precisa de consultas médicas frequentes, eles costumam oferecer caronas solidárias. Em datas comemorativas, eles também promovem arrecadações de brinquedos. Em uma ação especial, o grupo distribuiu 11 mil brinquedos durante o Natal em Florianópolis, mostrando a força da união e a vontade de ajudar.

## Os flagrantes das caveiras em carros de aplicativo espalhados por SC

As evidências desse grupo estão por toda parte em Santa Catarina. É comum avistar veículos com esses adesivos circulando nas ruas, gerando curiosidade e perguntas entre quem não conhece a história por trás deles. Com isso, a irmandade dos motoristas só cresce, unindo ainda mais aqueles que compartilham da mesma missão de transporte solidário e colaborativo.

Rodrigo Peronti

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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