Itajaí e Região

Setor pesqueiro deve enfrentar perda de R$ 13 mi com tarifas dos EUA

Empresas do setor pesqueiro de Santa Catarina já estão sentindo os efeitos da nova tarifa que os Estados Unidos impuseram sobre produtos importados. Apesar de a taxa só entrar em vigor oficialmente no dia 1º de agosto, o clima de preocupação já se espalhou entre os pescadores locais.

As tarifas podem chegar a até 50% em alguns casos. Essa mudança vai afetar setores que dependem da exportação, como o pesqueiro, madeireiro e moveleiro. A situação preocupa especialmente porque esses aumentos dificultam a competitividade dos produtos catarinenses no mercado norte-americano, além de gerar incertezas sobre contratos e encomendas.

### Tarifaço pode afetar a indústria e as exportações

Ainda não se sabe ao certo o impacto total dessas novas tarifas, mas a expectativa já deixou a indústria em alerta. O presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, comentou que essa situação coloca os produtos de Santa Catarina numa posição desvantajosa, considerando que os concorrentes enfrentam taxas bem menores.

Mesmo com a tarifa começando a valer em agosto, as empresas pesqueiras já estão sentindo as consequências. Isso acontece porque o transporte das mercadorias para os EUA pode demorar até 25 dias. Assim, muitas cargas chegarão sob a nova taxação.

### Setor pesqueiro pode sofrer com as tarifas impostas pelos EUA

Desde que a União Europeia fechou suas portas para o Brasil em 2018, os Estados Unidos se tornaram um dos principais destinos do pescado nacional. Hoje, os EUA absorvem mais de 56% das exportações de pescado do Brasil e 33% das de Santa Catarina, conforme informações do Sindipi.

Alguns produtos são ainda mais dependentes desse mercado. Por exemplo, 100% da meca e 66% da corvina que vêm de Santa Catarina vão diretamente para os Estados Unidos. Por isso, qualquer mudança nas tarifas tem um impacto imediato na economia local. A estimativa é que, dos R$ 40 milhões movimentados por Santa Catarina com exportações de pescado, cerca de R$ 13 milhões estão em risco.

Além da perda de receita, essa nova barreira comercial também pode afetar os empregos. A pesca industrial em Santa Catarina gera mais de 30 mil postos diretos e 20 mil indiretos. Segundo o Sindipi, essa redução nas exportações pode impactar a renda de toda a cadeia produtiva.

### Articulação e novos mercados

Diante da situação difícil, o Sindipi está buscando diálogo com o Ministério da Pesca e Aquicultura, tentando apoio diplomático para resolver a questão. A entidade se mostra otimista e ainda está trabalhando na abertura de novos mercados.

Atualmente, 75% dos barcos brasileiros com certificação internacional fazem parte da frota do Sindipi, evidenciando o comprometimento da região com o desenvolvimento do setor. As alternativas incluem explorar mercados europeus; recentemente, uma comitiva do Reino Unido visitou Itajaí para avaliar as condições das embarcações e a estrutura sanitária.

Os efeitos da tarifa já são visíveis entre as empresas da região. Uma companhia de Itajaí que planejava expandir suas operações teve que repensar seus passos devido às tarifas. O empresário Dario Vitali comentou que esse é um desafio que todos terão que enfrentar, torcendo para um consenso que destrave essa situação.

Dentre as novas oportunidades, uma reunião recente com representantes do governo italiano também acendeu uma luz no fim do túnel, pois eles demonstraram interesse em importar pescado brasileiro. O Sindipi enfatiza que está sempre em busca de alternativas para impulsionar a pesca no Brasil.

Rodrigo Peronti

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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