Notícias

Rupert Everett relata que ‘Emily in Paris’ o dispensou sem aviso

O ator Rupert Everett, conhecido por sua sinceridade e autenticidade, tem se destacado por suas opiniões diretas sobre a indústria cinematográfica. Em entrevistas, ele expressou críticas ao sistema de Hollywood, especialmente em relação à homofobia. Everett afirma que perdeu muitos papéis importantes por causa de sua orientação sexual. Contudo, ele observa que atualmente há menos estigmas associados à homossexualidade, permitindo mais oportunidades para atores gays, lésbicas e trans no cinema.

No entanto, ele levanta uma preocupação. Para ele, os personagens homossexuais muitas vezes precisam representar ideais quase “santos”, limitando a variedade de papéis que podem interpretar. “Se você é homossexual, não pode fazer de vilão ou de uma pessoa com traumas, pois as pessoas associam isso a uma imagem negativa da homossexualidade. Isso torna tudo muito maçante, com personagens que parecem recortes de papel”, comenta.

Everett também critica a maneira como a política permeia o cinema atualmente. Para ele, tanto a heterossexualidade quanto a homossexualidade se tornaram políticas, assim como questões relacionadas ao movimento MeToo e à raça. Ele expressa sua preocupação com o que vê como uma cultura de vitimização, onde todos se veem como vítimas, ao contrário de uma mentalidade de sobrevivência que existia em sua juventude.

Além disso, ele observa que a juventude atual é ensinada a seguir seus sonhos sem compreender a necessidade de trabalho duro. Segundo ele, nos tempos dele, era preciso passar por rigorosos processos, como atuar em teatros provinciais por anos antes de conseguir papéis significativos.

Em relação aos novos atores, ele recomenda a observação do ambiente ao redor: “Eles devem prestar atenção nos colegas, ler e ver o que está ao seu redor, e parar de olhar tanto para os smartphones.” Sua carreira foi inspirada por Julie Andrews em “Mary Poppins”, filme que continua sendo seu favorito.

Everett também se lembra de seu tempo aprendendo a atuar. Ele começou em Londres e depois foi para o teatro em Glasgow. O ator ficou satisfeito por ter tido a oportunidade de desenvolver suas habilidades. Seu trabalho em “Another Country”, uma peça que depois se tornou um filme apresentado em Cannes, foi um marco em sua carreira. Ele também participou de vários filmes, incluindo produções italianas, reconhecendo as dificuldades que enfrentou em projetos sob a direção de Francesco Rosi.

Em 2018, ele lançou “The Happy Prince”, um filme sobre Oscar Wilde, uma figura histórica pela qual tem grande admiração. “Para mim, ele é o Cristão dos homossexuais”, explicou. Wilde passou por dificuldades extremas e se tornou um símbolo na luta pela liberdade gay.

Recentemente, Everett comentou sobre sua experiência na série “Emily in Paris”, na qual foi demitido após gravar uma cena. Embora esperasse que o papel continuasse, ele acabou não recebendo mais chamadas. Para Everett, essa situação foi uma grande decepção, afetando-o emocionalmente.

No festival de cinema em Maratea, onde participou de uma premiação, o ator refletiu sobre as incertezas do mundo do entretenimento e a carga emocional que tais eventos podem acarretar na vida de um artista.

Rodrigo Peronti

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo