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Round 6 termina e abre caminho para nova franquia

"Round 6" chega ao fim, mas seu legado continua vivo

A série "Round 6", conhecida internacionalmente como "Squid Game", está prestes a concluir sua jornada nesta semana. O encerramento, embora pareça precoce para uma produção que se tornou um grande sucesso, reflete a visão de seu criador, Hwang Dong-hyuk, que prefere finalizar a trama em um momento certo do que prolongá-la desnecessariamente.

Diferentemente de outras séries que se estendem além do que a história exige, "Round 6" não enfrentou tentativas de prolongamento. Isso não significa que a Netflix tenha se distanciado dessa que é uma de suas maiores propriedades intelectuais. A empresa reconhece o valor desse fenômeno global, que ainda tem potencial para crescer mesmo sem os personagens principais.

Hwang Dong-hyuk comentou que a série atingiu uma notoriedade mundial tão grande que é natural que outras produções surjam a partir dela, não apenas na Coreia do Sul. Ele ressaltou a importância de que novos trabalhos mantenham o espírito da série original. Por sua vez, Lee Jung-jae, que ganhou um Emmy por seu papel na produção, enfatizou o desejo de que o universo de "Round 6" se expanda globalmente, possivelmente explorando narrativas na América Latina e na Europa.

Apesar de ainda não haver anúncios oficiais por parte da Netflix, especulações sobre novos projetos relacionados a "Round 6" têm circulado. Os comentários de Hwang e Lee indicam uma intenção de preservar a essência vibrante da série no catálogo da plataforma.

Após o reality show "Round 6: O Desafio", que desafia participantes a competirem em jogos infantis inspirados na série (sem os elementos mortais), há rumores sobre uma versão americana da competição e uma possível série que se passaria nos anos 1980, explorando a origem dos jogos. Isso poderia se alinhar com o modelo visto em outras produções de sucesso, como "La Casa de Papel".

As conversas em torno de novas histórias revelam que Hwang tem a intenção de continuar escrevendo sobre os personagens secundários, o que é compreensível, uma vez que a primeira temporada da série quebrou recordes, atingindo 330 milhões de espectadores e 2,8 bilhões de horas assistidas.

A terceira e última temporada começa imediatamente após os eventos da segunda, sem saltos temporais. O protagonista Seong Gi-hun, interpretado por Lee Jung-jae, assume um papel mais sombrio, buscando vingança contra seus inimigos e revivendo os jogos ameaçadores de forma brutal.

"Round 6" se aproxima do final como um símbolo do interesse mundial pela cultura sul-coreana, que ganhou destaque nas últimas duas décadas, acompanhada por uma estratégia de investimento e promoção do governo. O sucesso da série se junta a outras conquistas artísticas do país, como o Oscar de "Parasita" e as indicações ao Grammy do grupo BTS.

Dong-hyuk acredita que o reconhecimento da série fora da Coreia pode encorajar outros criadores que estão fora dos circuitos tradicionais de Hollywood a aspirar a novas alturas. Mais do que deixar um legado na indústria, ele valoriza a mensagem que sua obra transmite, especialmente em uma época marcada por conflitos e violência.

Ele enfatiza que mudanças sociais não acontecerão da noite para o dia, mas espera que sua série inspire empatia e ação entre os espectadores. Dong-hyuk conclui que é fundamental não apenas pensar em soluções para os problemas do mundo, mas agir de forma concreta para melhorar a sociedade.

Rodrigo Peronti

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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