Itapema

Quem está envolvido em esquema milionário

Um esquema de fraude imobiliária impactou o bolso de muita gente em Santa Catarina. Batizada de “Operação Black Flow”, essa investigação revelou um possível desvio de R$ 90 milhões. O foco da operação é a B. Fabbrini Incorporadora e seu fundador, Bruno Fabbriani. Na última quarta-feira (3), a ação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas) resultou em 28 mandados de busca e apreensão, além de quatro prisões, abrangendo cidades como Itapema, Joinville e até capitais como Rio de Janeiro e São Paulo.

De acordo com as investigações, essa trama envolvia um grupo de pelo menos sete empresas, incluindo uma holding localizada nos Estados Unidos. O que chamou a atenção foi a suspeita de que esses empresários estavam envolvidos em crimes como organização criminosa, estelionato e lavagem de dinheiro.

Quem é Bruno Fabbriani?

Bruno Fabbriani, que é conhecido no setor imobiliário, começou sua trajetória em 2007 como corretor de imóveis carioca. Rapidinho, ele subiu na carreira, tornando-se gerente em uma empresa de Salvador, onde participou da venda de mais de R$ 1,5 bilhão em lançamentos. Em 2014, ele fundou a B. Fabbriani S.A., que, segundo ele, tem uma proposta de “mercado imobiliário inovador”, focando em sustentabilidade e qualidade de vida.

Como funcionava o esquema?

O Ministério Público de Santa Catarina apontou que o modo de operação desse grupo era lançar empreendimentos através de Sociedades de Propósito Específico (SPEs) e começar a comercializar as unidades sem o registro legal necessário. Os valores recebidos dos compradores eram depositados nas contas das SPEs e, logo em seguida, transferidos para a empresa do grupo e, por fim, para os bolsos dos investigados.

Esses valores eram utilizados para pagar despesas extravagantes, como compras de carros caros e gastos com cartões de crédito. Os investigadores alegam que esse tipo de movimentação financeira deixava as contas das empresas bastante baixas, indicando que elas não tinham como concluir as obras que haviam prometido.

Dos 43 empreendimentos registrados como SPEs, apenas 16 estavam realmente negociando com clientes, e apenas um projeto foi entregue, mas com muitas irregularidades estruturais. Essa situação deixou muitas pessoas em dúvida sobre onde estavam investindo seu dinheiro.

O alerta do sindicato

O Sinduscon Grande Florianópolis, que representa o setor da construção civil, fez um alerta em relação à situação. Eles destacaram a importância de atenção dos consumidores frente a ofertas que parecem muito boas para ser verdade.

Uma nota oficial do sindicato lembra que apenas empreendimentos que estão devidamente registrados nos cartórios são seguros para compra. A organização reforçou seu papel de apoiar um mercado imobiliário ético e transparente, sem se misturar com práticas irregulares.

Esses casos acabam destacando a importância de se ficar atento na hora de fazer investimentos. No mundo das construções, a segurança jurídica é fundamental para proteger quem compra e investe.

Rodrigo Peronti

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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