PSR levará sempre a transferências recorrentes no futebol?
Aston Villa Lida a Necessidade de Vender Jogadores para Cumprir Regras Financeiras
A equipe do Aston Villa enfrentou desafios financeiros no último mês de junho. No ano passado, a diretoria estava preocupada em fechar um negócio antes do final de seu período contábil para evitar problemas com as regras de profit and sustainability (PSR) da Premier League. O alvo era Douglas Luiz, que estava jogando pela seleção brasileira na Copa América, a mais de 8 mil quilômetros de distância. Após negociações, ele se transferiu para a Juventus, permitindo que o Villa registrasse o lucro da venda em suas contas.
Com a transferência de Luiz por £42 milhões, o clube conseguiu equilibrar suas contas e evitar problemas com a Premier League. O Aston Villa precisou gastar parte desse dinheiro em novos jogadores, como Samuel Iling-Junior e Enzo Barrenechea, que chegaram de Turim por £18,3 milhões.
Desde então, o clube parece estar novamente em uma situação financeira delicada. Especialistas acreditam que o Aston Villa pode precisar vender mais jogadores até o final de junho deste ano para manter suas perdas dentro dos limites permitidos. O que aconteceu no ano passado sugere que o Villa se envolve em negociações que, na prática, podem se assemelhar a trocas, mas são tratadas como vendas.
Outros clubes, como o Everton e o Chelsea, também participaram desse tipo de negociação em anos anteriores, trocando jogadores e tentando maximizar seus lucros. De acordo com os registros, as vendas de jogadores tornaram-se uma fonte crescente de receita em toda a Premier League. No entanto, essa tendência levanta questões sobre as regras que forçam os clubes a venderem jogadores que prefeririam manter.
A temporada anterior foi marcada por lucros recordes nas vendas de jogadores na Premier League, que ultrapassaram £1 bilhão pela primeira vez. Embora as vendas tenham proporcionado um alívio financeiro, elas também revelam que muitos clubes sentem a pressão das regras financeiras para se manterem dentro da legalidade.
A venda de jogadores formados nas categorias de base se tornou uma estratégia comum, já que esses atletas não têm valor contábil nas contas do clube, resultando em lucros diretos. No entanto, esta abordagem suscita críticas sobre a necessidade de os clubes venderem talentos que ajudaram a desenvolver para evitar violações das regras.
Nos últimos anos, as mudanças nas leis financeiras na Premier League foram impulsionadas por preocupações sobre a estabilidade financeira das equipes. O limite de perda de £105 milhões em um ciclo de três anos foi estabelecido em 2013 e, desde então, esses critérios têm sido constantemente desafiados à medida que os custos com jogadores aumentam.
No cenário atual, muitos clubes ainda se veem obrigados a realizar vendas para evitar danos financeiros, o que sugestiona que as regras talvez precisem ser revisadas para não forçar decisões que comprometam a qualidade esportiva. Assim, a dúvida persiste: será que as normas financeiras vão continuar a exigir que clubes, mesmo sem vontade, tenham que se desfazer de seus jogadores mais importantes?