Dois policiais militares foram presos em Itapema, no Litoral Norte de Santa Catarina, acusados de extorquir cerca de R$ 500 mil, equivalente a aproximadamente US$ 100 mil, de um estelionatário conhecido como “Lobo do Batel”. O episódio ocorreu em uma abordagem feita na manhã de sábado (6) e as informações foram repassadas à Justiça, segundo a nossa reportagem.
Logo após a detenção, a Polícia Militar confirmou que os agentes foram presos por crimes de concussão e prevaricação. O órgão afirmou que as prisões preventivas dos militares foram mantidas até que todos os detalhes da situação sejam esclarecidos. Eles permanecerão custodiados na sede do 31º Batalhão de Polícia Militar, também em Itapema.
Uma abordagem cheia de ligações
O relato oficial indica que, por volta das 8h, os policiais atenderam uma ocorrência envolvendo um homem que estava com uma identidade falsa. Inicialmente, ele foi liberado após uma averiguação simples. No entanto, mais tarde, outros membros do batalhão descobriram que existia um mandado de prisão em aberto contra ele. O homem em questão era, na verdade, José Oswaldo Dell’Agnolo, o “Lobo do Batel”.
Após ser preso, Dell’Agnolo informou que, no primeiro atendimento, parte do dinheiro que portava, cerca de R$ 500 mil em diferentes moedas, foi extorquida pelos policiais. Essa informação levou o comando a intervir, resultando na prisão dos agentes, que não apresentaram versões coerentes sobre a abordagem inicial.
Presa a astúcia do “Lobo do Batel”
A prisão dos policiais aconteceu poucas horas depois da detenção de “Lobo do Batel” em um hotel de luxo em Itapema. Com ele, a Polícia Militar apreendeu mais de R$ 5 milhões em dinheiro, tanto em reais como em dólares.
Dell’Agnolo estava na lista da Interpol, sendo considerado um dos principais responsáveis por um esquema de estelionato financeiro que provocou prejuízos de até R$ 1 bilhão a cerca de 800 vítimas no Paraná. Ele era ligado às empresas The Boss e Futuree Bank, conhecidas por prometer rentabilidades atraentes de 3% ao mês para investidores.
A situação dos policiais
A Justiça decidiu transformar a prisão em preventiva, com base na possibilidade de que ficassem livres e interferissem nas investigações. Um fator que chamou atenção foi que um dos policiais teria acessado o celular após a detenção, interagindo em redes sociais sobre a situação. A Polícia Militar garantiu que ambos continuarão custodiados no 31º BPM.
