O ex-ministro Paulo Guedes compartilhou suas avaliações sobre o recente tarifaço dos Estados Unidos durante a Money Week, que rolou em Balneário Camboriú. A nova medida, que começa a valer no dia 7, impõe uma taxa de 50% sobre as exportações brasileiras. Essa notícia não é boa para o nosso estado: segundo dados, mais de 70% das empresas exportadoras de Santa Catarina estão se preparando para demissões.
Guedes comentou que essa tarifa não é apenas uma questão econômica. “Só 10% é economia; os outros 40% são movimentos geopolíticos. Estamos vivendo um cenário de desordem mundial, onde quem tem força decide o rumo das coisas”, afirmou ele durante o evento.
O presidente americano, Donald Trump, assinou uma ordem que estabelece tarifas que variam de 10% a 41% para 68 países, e o Brasil já foi impactado com uma taxa mínima de 10%, anunciada há alguns meses. Um decreto posterior acrescentou mais 40% sobre os produtos brasileiros, justificando essas mudanças com ações que o governo americano considera “incomuns” e “extraordinárias”, e que, segundo eles, prejudicam empresas dos EUA, bem como a liberdade de expressão e a economia do país.
Guedes criticou a abordagem do governo brasileiro, sugerindo que essa postura pode agravar a situação e provocar mais sanções dos americanos. Isso coloca o Brasil como o país mais afetado pelo tarifaço, superando países como Síria e Mianmar, que enfrentam tarifas de até 41%.
“Estamos cada vez mais divididos e indo a um confronto com a maior nação do mundo. A Europa já sentou e negociou para minimizar as tarifas; nós deveríamos ter adotado uma atitude mais cautelosa e aceitado os 10%”, recomendou.
“Democracia saci-pererê”
Em outro momento, Guedes também refletiu sobre a situação política no Brasil e no mundo. Ele comentou que conservadores devem ocupar um papel mais ativo, enquanto liberais e socialistas buscam soluções conjuntas. “Não é bom ter uma ‘democracia saci-pererê’, que só avança com um pé. Precisamos da participação dos conservadores, que são essenciais nesse processo”, destacou.
Mais de 4 mil participantes na Money Week
Nessa 11ª edição da Money Week, mais de 80 palestrantes se reuniram no Expocentro de Balneário Camboriú. O evento, organizado pela EQI Investimentos, foi uma verdadeira imersão com grandes nomes do mercado, como o ex-presidente Michel Temer e o jornalista William Waack. Com cerca de 4 mil participantes, foi uma oportunidade e tanto para quem busca aprender a investir com estratégia.
