Namorado que matou adolescente em SC é sentenciado
Anderson Burigo foi condenado a 48 anos, seis meses e 24 dias de prisão pelo assassinato de sua namorada, Maria Gabriella Nunes, de apenas 14 anos. O crime aconteceu em fevereiro deste ano e teve como cenário um relacionamento tumultuado. Maria Gabriella desenhou planos para encerrar o namoro, mas isso gerou uma reação violenta por parte dele. O corpo da jovem foi encontrado no dia 12 de fevereiro, às margens do rio Itajaí-Açu, em Navegantes, três dias após o crime.
Segundo o Ministério Público de Santa Catarina, Anderson atacou Maria pelas costas, desferindo cerca de 13 facadas, sem que ela tivesse chance de defesa. Esse ato brutal culminou em um desfecho trágico para a vida de uma adolescente cheia de sonhos e a expectativa de um futuro.
Os detalhes do julgamento
O julgamento, realizado na comarca de Itajaí, foi carregado de emoção. O primeiro a depor foi o delegado que investigou o caso, seguido por um policial da Divisão de Investigação Criminal. A mãe da garota, Débora Alexandre, emocionou a todos com seu depoimento. Ela descreveu Maria como seu bem mais precioso e contou que a vida após a perda nunca mais seria a mesma.
Durante a tarde, outros depoimentos foram feitos, incluindo o de um policial militar que também trabalhou no caso e a irmã do réu. O clima era tenso e a dor da família parecia estar presente em cada palavra.
A atuação do Ministério Público
A promotora de Justiça, Mirela Dutra Alberton, apresentou a denúncia de forma impactante. Com evidências, imagens e depoimentos, ela trouxe à tona a gravidade do crime, abordando a incessante luta contra a violência de gênero. “Hoje, uma mulher está aqui buscando justiça pelo crime covarde que você cometeu”, disse ao réu, que permaneceu em silêncio.
O momento foi tocante, repleto de emoções, com amigos e familiares de Maria ao fundo. Thamiris, uma amiga de infância da vítima, relembrou momentos difíceis que Maria enfrentou, especialmente em relação ao comportamento controlador de Anderson.
Uma decisão que ecoa
O advogado da família expressou a necessidade de uma resposta contundente. “É um grito pela justiça! A mulher não é um objeto”, ressaltou Rômulo Garcia durante o julgamento. A promotora reforçou que a condenação de Anderson é um passo crucial na luta contra a violência de gênero. “O feminicídio é a face mais extrema desse problema. A sociedade catarinense não aceita mais esses crimes”, enfatizou.
Indenização para a família
O júri acatou a denúncia do MP, reconhecendo o feminicídio e o crime de ocultação de cadáver. Inicialmente, o valor de indenização solicitado era de R$ 50 mil, mas a sentença aumentou para R$ 100 mil. “Nada vai trazer minha filha de volta, mas hoje a justiça foi feita”, desabafou Débora, após a leitura da sentença.
O trágico desfecho do caso Maria Gabriella
Maria Gabriella foi encontrada morta após dias de angústia. Seu corpo estava às margens do rio Itajaí-Mirim, depois de um crime que deixou toda uma comunidade consternada. O ato selvagem de Anderson, ao atacá-la pelas costas e jogar seu corpo no rio, manchou a história de uma jovem que merecia um futuro brilhante.