Uma manifestação de viés conservador tomou as ruas de Balneário Camboriú na manhã do último domingo, dia 3. O evento, que atraiu milhares de pessoas, teve como foco principal criticar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também foram feitos pedidos de impeachment do ministro Alexandre de Moraes e reivindicada a anistia para os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro. O ato partiu da Praça Almirante Tamandaré e percorreu as principais avenidas da cidade, com discursos políticos, cânticos patriotéticos e momentos de oração.
A concentração começou por volta das 10h, com manifestantes envergando verde e amarelo e brandindo bandeiras do Brasil. Segundo dados não oficiais da Guarda Municipal, o número de participantes girou em torno de 10 mil. Já uma estimativa do site Click Camboriú sugeriu cerca de 6 mil pessoas. O evento durou, aproximadamente, duas horas e, segundo os organizadores do movimento Direita BC, ocorreu de forma pacífica, apesar de alguns relatos de provocações, como o momento em que moradores lançaram água sobre os participantes.
Presenças políticas e discursos inflamados
O deputado federal Zé Trovão (PL-SC) foi uma das figuras presentes, defendendo abertamente o impeachment de Alexandre de Moraes e a eleição de um presidente “conservador de direita” em 2026. Ele afirmou que “o Brasil tem solução” e que “não vai se tornar uma ditadura”.
Outro parlamentar, Gilson Marques (NOVO-SC), também participou e criticou as decisões da população nas últimas eleições, afirmando que isso impactou no andamento do Congresso. Ele expressou otimismo em relação às eleições do próximo ano, onde pretende se candidatar ao Senado.
Rogério Peninha Mendonça, ex-deputado federal, não ficou de fora e relembrou sua proximidade com Jair Bolsonaro, aproveitando para criticar o Supremo Tribunal Federal, que, segundo ele, estaria “comandando o país” junto aos investigados na Lava Jato. O vereador Guilherme Cardoso (PL-BC), um dos colaboradores na organização do ato, foi bastante ovacionado e reiterou seu apoio ao direito de manifestação, sem temer represálias do STF.
Pautas e palavras de ordem
As principais reivindicações da manifestação incluíram:
– Impeachment de Alexandre de Moraes, do STF
– Impeachment do presidente Lula
– Anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023
– Fim da “censura” e da “ditadura judicial”
Cartazes com frases como “Congresso omisso, povo presente” e gritos de “Lula ladrão, seu lugar é na prisão” foram comuns. Durante o percurso pelas avenidas Alvin Bauer, Brasil e Atlântica, os manifestantes seguiram um trio elétrico que alternava discursos políticos, canções patrióticas e gritos de guerra. Momentos emocionantes incluiram a execução do Hino Nacional e orações em conjunto, como o Pai Nosso, encerrando o evento.
Clima religioso e mobilização para o 7 de setembro
O ato teve também um forte tom religioso, com orações conduzidas por integrantes e participantes. Ao final, foi feita uma oração em busca de proteção para todos e para o país, destacando a visão de que a manifestação vai além da política, sendo considerada uma “guerra espiritual” por um dos organizadores. Eles aproveitaram para convocar um novo evento no dia 7 de setembro, sugerindo que esta manifestação foi apenas um “aquecimento” para algo ainda maior.
Avaliação e encerramento
Os organizadores ressaltaram que a manifestação foi marcada pela ordem e civismo. Agentes da Guarda Municipal acompanharam o trajeto, inclusive interditando algumas vias para a passagem dos manifestantes. Ao fim do evento, com a dispersão por volta do meio-dia, carros que passavam na Avenida Atlântica também se uniram ao movimento, emitindo buzinaços em sinal de apoio. O portal Click Camboriú transmitiu o ato ao vivo, alcançando um público significativo nas redes sociais.
