Navegantes

Mulher mantém bebê morto na barriga por cinco dias em SC

Uma mulher de Navegantes, no Litoral de Santa Catarina, passou por uma situação extremamente difícil. Ela ficou cerca de cinco dias com o bebê morto dentro da barriga, enfrentando desafios para conseguir o atendimento médico necessário.

O caso se desenrolou entre os hospitais de Navegantes e o Hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, cidade vizinha. Segundo a mulher, o acolhimento e o atendimento que precisava não foram oferecidos de forma adequada.

Um relato doloroso

A mulher estava com 22 semanas de gestação quando, na quinta-feira da semana anterior, percebeu que o bebê havia parado de se mover. Na busca por ajuda, ela foi ao Hospital Nossa Senhora dos Navegantes. Embora tenha elogiado o atendimento que recebeu, foi informada de que não havia como realizar o exame de ultrassom com laudo durante o fim de semana.

Os profissionais ofereciam duas opções: pagar pelo ultrassom particular e voltar na segunda-feira com o resultado, ou buscar atendimento no Hospital Marieta Konder Bornhausen, na cidade vizinha de Itajaí. A mulher, desesperada, decidiu ir para o Marieta.

No sábado, ao chegar ao hospital, ela enfrentou longas horas de espera. O ultrassom, que deveria ter sido feito rapidamente, só ocorreu às 14h15. O exame confirmou que o bebê estava morto.

Mesmo após obter o diagnóstico, a situação piorou. A mulher contou que houve demora para iniciar o procedimento de retirada do feto. Ela se sentiu desrespeitada e sem acolhimento, e após reclamar da situação, foi expulsa do hospital. Com isso, retornou a Navegantes, onde finalmente conseguiu realizar o parto.

A família da mulher está se preparando para processar o Hospital Marieta Konder Bornhausen.

O que os hospitais têm a dizer?

A Prefeitura de Navegantes divulgou uma nota por meio da Secretaria de Saúde, informando que a paciente foi bem atendida na maternidade do Hospital Nossa Senhora dos Navegantes. Eles afirmam que ela foi assistida por uma equipe médica e teve o parto induzido de forma segura. De acordo com eles, a mulher chegou à unidade já com o óbito fetal constatado.

Por outro lado, o Hospital Marieta Konder Bornhausen também se manifestou. A instituição confirmou que atendeu a paciente na madrugada do dia 19 de outubro, após ela ter sido avaliada em Navegantes. Na ocasião, a equipe ofereceu internação para realizar ultrassonografia, mas a mulher optou por não permanecer no hospital.

Na segunda-feira, quando retornou, a mulher estava em jejum e pediu internação imediata. Segundo o protocolo do hospital, ela foi orientada a aguardar o exame de imagem antes de qualquer decisão sobre o tratamento.

O hospital também destacou que, durante o atendimento, ocorreram ameaças e agressões verbais por parte da paciente e de seu acompanhante, e foram orientados a buscar a maternidade de origem para o procedimento.

Essas situações delicadas, como a desse caso, geram discussões sobre a importância do atendimento adequado e do acolhimento em momentos tão difíceis.

Rodrigo Peronti

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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