Marrocos e Brasil: da carne ao café em destaque
Mercado de Café e Carne no Marrocos: Impactos da Instabilidade Internacional
Nos últimos dias, Marrocos e Brasil têm sido destaque em notícias locais e internacionais, especialmente com o retorno de marroquinos que vivem no exterior, em países como Espanha, França, Portugal, Bélgica e Alemanha. A preocupação gira em torno da instabilidade nos preços de produtos básicos, como carne e café, que geralmente são importados do Brasil, Espanha ou de países africanos. Esta oscilação de preços tem ligação direta com a política tributária do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impôs altas tarifas, variando entre 24% e 45%, afetando o mercado internacional.
O aumento dos preços no Marrocos, especialmente em cafeterias e restaurantes, é reflexo direto dessas flutuações. Os donos de estabelecimentos alimentícios estão atentos ao comportamento dos mercados internacionais, visto que a queda nas exportações de café do Brasil — o maior produtor mundial — é influenciada pelas novas taxas alfandegárias impostas pelos Estados Unidos. Isso impacta também a importação de carne e outros produtos.
Desde abril, o mercado de café experimenta uma queda significativa, o que tem afetado os preços localmente. Apesar da alta nos custos, muitas empresas se mostram relutantes em reduzir os valores cobrados, situação que se repete no setor de combustíveis.
Essas discrepâncias entre os preços internacionais e os locais levantam questionamentos sobre como os preços são estabelecidos e a responsabilidade dos fornecedores em relação às oscilações do mercado. A tensão comercial entre os Estados Unidos e o Brasil persiste, mesmo com a diversificação nas fontes de fornecimento de café e outros produtos.
Marrocos é dependente do café tipo Robusta, que recebe de várias origens, incluindo o Brasil, e essa diversidade de fornecedores ajuda a minimizar os riscos de depender apenas de uma única fonte. No entanto, a queda nas exportações brasileiras torna-se um fator crítico que impacta diretamente os preços internos, especialmente à medida que as tarifas de 50% impostas pelos EUA sobre produtos brasileiros elevam os custos.
Recentemente, os contratos futuros de café arábica registraram um aumento de 3,9%, chegando a 3,0935 dólares por libra-peso, um dos maiores níveis em três semanas. Além disso, o mercado americano depende fortemente do Brasil para cerca de um terço de seu consumo de café. Os estoques aprovados na bolsa estão em seu nível mais baixo em mais de um ano, enquanto o preço do café robusta também subiu 3,9%, alcançando 3.510 dólares por tonelada.
O cenário atual revela que a dinâmica do mercado de café e outros produtos alimentícios é complexa e influenciada por múltiplas fatores internacionais, cujos efeitos são sentidos pelas cafeterias e consumidores marroquinos.