Itajaí e Região

Mãe de adolescente morta em SC afirma: ‘Ele deve pagar’

Maria Gabriella tinha apenas 14 anos quando sua vida foi brutalmente interrompida em fevereiro deste ano. Ela foi morta a facadas e seu corpo foi encontrado jogado no rio Itajaí-Açu. O caso chocou a comunidade de Itajaí e, pouco antes do julgamento do suspeito, Anderson Burigo, a mãe da adolescente, Débora Alexandre, compartilhou sua dor e a busca por justiça.

Em uma conversa com a repórter Juliana Senne, Débora expressou o vazio que a perda deixou em sua vida. “É uma dor que a gente carrega dia após dia. A gente não vive, a gente sobrevive”, desabafou. Compreensivelmente, a situação é ainda mais difícil para ela, que tem um filho menor. Ela contou que, embora soubesse do namoro de Maria Gabriella com Anderson, permitiu o relacionamento porque conhecia o rapaz desde pequeno e achava que, com o tempo, a filha perceberia que aquilo não era certo.

Muitas pessoas comentaram sobre a diferença de idade entre os dois, mas para Débora, o que importava era a vontade da filha. “Muita gente julga: ‘Ah, porque ela tinha 14 anos’. Só que ela queria muito isso. Ela chegava a se machucar e tinha crises de ansiedade por causa desse relacionamento”, contou. Maria Gabriella chegou a confidenciar a uma amiga sobre as agressões que sofria e a sua intenção de terminar o namoro.

Após o crime, mensagens da adolescente revelaram a intensidade do que estava vivendo. Além das agressões físicas, ela também era alvo de tortura psicológica. Débora enfatiza: “Ele a maltratou muito. Ela queria terminar e ele não aceitava. Só queremos que ele pague pelo que fez.”

O Julgamento

Anderson Burigo está sendo julgado por feminicídio, um crime que envolve não apenas a morte, mas também a crueldade e a ocultação do corpo. O juiz responsável pelo caso é Eduardo Veiga Vidal, que ouve testemunhas e familiares na busca pela justiça. Durante o julgamento, amigos e familiares de Maria Gabriella se fazem presentes, usando camisetas e segurando cartazes pedindo justiça.

Retrospectiva do Caso

Maria Gabriella foi encontrada morta no dia 12 de fevereiro, três dias após ter desaparecido. Todo o desespero da família começou quando ela foi vista pela última vez com Anderson, que logo se tornou o principal suspeito. Conforme a investigação avançou, a polícia descobriu que ela havia sido esfaqueada, com perfurações no pescoço e nas costas.

As investigações apontaram que o móvel do crime estava ligado à insatisfação de Anderson com a vontade de Maria Gabriella de terminar o relacionamento. Além disso, o ciúmes e um suposto sentimento de posse também teriam contribuído para a tragédia.

É um relato que ecoa a necessidade de mais atenção à violência contra as mulheres, principalmente em relacionamentos abusivos. Se você ou alguém que você conhece está passando por uma situação semelhante, lembre-se que é importante buscar ajuda e apoio das autoridades.

Rodrigo Peronti

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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