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Kelia Mehani Gallina, menina de 12 anos, enfrenta ondas gigantes em Teahupo’o

Jovem surfista tahitiana faz história na Liga Mundial de Surf

Kelia Mehani Gallina, uma jovem de apenas 12 anos, está prestes a fazer história ao se tornar a competidora mais jovem da Liga Mundial de Surf (WSL). A surfista local de Tahiti garantiu sua vaga entre os principais nomes do esporte ao vencer as eliminatórias do evento no mês passado. Agora, ela se prepara para competir contra a atual campeã mundial, Molly Picklum, da Austrália, e a surfista americana Lakey Peterson na fase inicial do torneio, que ocorrerá em Teahupo’o.

Teahupo’o, reconhecido por suas ondas pesadas e desafiadoras, é o lar de Kelia. O pai dela, Ryan, que é originário do Havai, destaca que a família possui uma conexão íntima com o local. "Nós conseguimos ver [a onda] do nosso quarto", comenta Ryan, o que revela a familiaridade e o conforto que Kelia tem com o lugar onde começou a surfar.

Após sua vitória nas eliminatórias, Kelia expressou surpresa e empolgação. “Eu só consigo pensar em surfar”, disse. Seu pai compartilha desse sentimento, afirmando que a família está em choque com o que está acontecendo. “Sempre visualizamos isso, mas nunca pensamos que aconteceria tão rápido.”

Kelia começou a surfar aos três anos, incentivada por seu pai. "É sempre divertido", compartilha a jovem. Com amigos que surfam diariamente, ela passa a maior parte do seu tempo no mar. Agora, prestes a completar 13 anos durante o evento, ela se sente animada por competir ao lado das melhores surfistas da atualidade, como Caity Simmers e Molly Picklum.

Por cerca de uma década e meia, a etapa feminina da WSL não ocorre em Tahiti, após ser suspensa em 2006 devido a preocupações com lesões. Essa decisão foi criticada por muitos como discriminatória. Contudo, em 2022, a WSL corrigiu isso ao integrar os calendários masculinos e femininos, permitindo que as mulheres competissem em locais como Teahupo’o. No ano passado, as surfistas mostraram que estão à altura do desafio, surfando em ondas de até 3 metros, tornando o evento ainda mais empolgante.

Kelia começou a surfar em Teahupo’o com apenas 4 anos e, mesmo sem lembranças nítidas do início, ela admite ter sentido um pouco de medo. Seu pai, que possui vasta experiência nas ondas, continua a monitorar sua segurança na água. "Claro que você se preocupa. Mas eu conheço a onda, então sei quando é um bom momento para ela surfar".

A expectativa é grande para o desempenho de Kelia na competição. Ryan e Kelia torcem para que as ondas não estejam muito grandes no dia da prova, mas eles também se sentem seguros com a presença de uma equipe de resgate eficiente nas proximidades.

Kelia, apesar de sua pouca idade, já sonha em se qualificar para a WSL no futuro, mesmo que sua estreia tenha chegado antes do esperado. "Esse é definitivamente o objetivo, quero estar em turnê", afirmou. Contudo, a família também procura gerenciar expectativas, reconhecendo que o caminho é desafiador. "Surfing é um estilo de vida para nós, então, independentemente do que aconteça, é importante estar no mar, melhorando a cada dia", completou Ryan.

Nos próximos dias, quando o sinal indicar o início da competição, Kelia se tornará uma referência no esporte, independentemente do resultado. Seu pai acredita que a falta de pressão pode ser uma vantagem para a jovem. "Ninguém esperava que ela chegasse tão longe. A pressão está sobre as outras competidoras”, finalizou.

Rodrigo Peronti

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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