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Inflação sobe 1,54% em agosto e 5,9% no ano, apesar de queda nos EUA

As exportações de Santa Catarina para os Estados Unidos caíram 19,5% em agosto, totalizando US$ 119,2 milhões, se comparado ao mesmo mês de 2024. Esse recuo é relevante, mas, curiosamente, as vendas totais do estado tiveram um resultado positivo: um crescimento de 1,54% ao atingir US$ 971,4 milhões, impulsionado sobretudo por mercados como México (+47,5%), Chile (+30,9%) e Argentina (+21,7%), conforme dados do Observatório FIESC.

Para o economista-chefe da FIESC, Pablo Bittencourt, a situação no mercado norte-americano foi influenciada por algumas estratégias dos exportadores. Com o aumento das tarifas, as empresas anteciparam pedidos antes da implementação das novas taxas, mas, assim que a sobretaxa de 50% entrou em vigor, as compras diminuíram. Bittencourt comenta que a queda de agosto estava dentro do que se esperava, e acredita que nos próximos meses será possível observar melhor como as exportações para os EUA irão se comportar.

### Pauta das exportações

Olhando para os produtos que se destacaram no mês de agosto, algumas categorias mostraram crescimento, como a carne de aves (+9,9%), a soja (+16,1%) e motores elétricos (+4,2%). Por outro lado, houve uma diminuição nas vendas de carne suína (-6,2%) e partes de motor (-42,7%). O setor de madeira e móveis registrou quedas consideráveis: obras de carpintaria para construções caíram 34,9%, madeira compensada teve uma redução de 30% e outros móveis diminuíram 17,2%. Bittencourt observa que esse segmento é bastante vulnerável às novas tarifas, especialmente pela sua forte ligação com o mercado americano e pela necessidade de personalização para esse público.

### Acumulado do ano

No acumulado de janeiro a agosto, as exportações de Santa Catarina somaram US$ 7,94 bilhões, uma alta de 5,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse crescimento é sustentado principalmente pelas proteínas: a carne de aves cresceu 8,1%, totalizando US$ 1,44 bilhão, e a carne suína subiu 12,7%, somando US$ 1,14 bilhão. As vendas de aves para o México e de suínos para o Japão também se destacaram.

### Destinos das exportações

Os Estados Unidos ainda são o maior mercado para os produtos catarinenses, apesar de uma leve queda de 1,3% até agosto. A China, que ocupa a segunda posição, também teve uma redução de 6,3%, assim como o México (-1,1%). Em contraponto, as vendas para a Argentina (+31,7%), Japão (+13,8%) e Chile (+39,2%) cresceram nesse mesmo período, mostrando que outras regiões estão se tornando cada vez mais importantes.

### Importações

No que diz respeito às importações, agosto registrou uma queda de 10,6%, totalizando US$ 2,75 bilhões. Itens como partes e acessórios para veículos reduziram em 12,6%, enquanto pneus de borracha caíram 29,8%. No entanto, os fertilizantes nitrogenados tiveram um aumento impressionante de 150,9%. As importações também diminuíram com relação às cinco principais origens: China (-16,5%), Estados Unidos (-3,5%) e Chile (-6,9%). Por outro lado, as compras da Alemanha cresceram 3,3%.

No acumulado do ano, as importações estão em US$ 22,48 bilhões, com um aumento de 2,6%. A China continua sendo a principal origem das importações, com US$ 9,58 bilhões, acompanhada de uma pequena alta de 2%. Já as compras dos EUA e do Chile caíram.

### Perspectivas futuras

Com a recomporação de estoques e o impacto das novas tarifas ainda em andamento, a expectativa é de que os próximos meses serão cruciais para entender a continuidade dessa queda nas vendas para os Estados Unidos, além da capacidade de compensar essa perda com vendas a outros mercados.

Rodrigo Peronti

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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