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Inflação em Cingapura se mantém em baixa antes da decisão do MAS

A inflação em Cingapura permaneceu estável em 0,8% no mês de junho de 2025, mantendo-se no menor nível em mais de quatro anos. Esse número ficou abaixo da expectativa dos economistas, que previam uma inflação de 0,9%. O dado é significativo, pois antecede a decisão da política monetária do país, prevista para este mês.

A inflação núcleo, que exclui os preços de transporte privado e acomodação, também não sofreu variações, mantendo-se em 0,6%. Esse resultado sugere que a autoridade monetária de Cingapura pode considerar uma flexibilização em sua política monetária para impulsionar o crescimento em um cenário de comércio incerto.

Em um relatório anual divulgado em 15 de julho, a Autoridade Monetária de Cingapura (MAS) destacou que a inflação núcleo caiu para menos de 1% nos primeiros cinco meses de 2025, superando as expectativas. A previsão da MAS para a inflação núcleo para todo o ano está entre 0,5% e 1,5%, uma redução expressiva em comparação com os 2,8% registrados em 2024.

Apesar de Cingapura ter apresentado um crescimento do PIB de 4,1% no primeiro trimestre e 4,3% no segundo trimestre deste ano, a MAS manteve a projeção de crescimento econômico para o ano entre 0% e 2%. Analistas do Bank of America indicaram em uma nota que a MAS está preocupada com o impacto da instabilidade global no mercado interno. Para o segundo semestre de 2025, a MAS prevê que o crescimento doméstico será “modesto”, com reduções na demanda global por consumo e investimentos.

Outros especialistas também comentaram que a economia de Cingapura pode enfrentar um arrefecimento, à medida que os benefícios de exportações antecipadas diminuem na segunda metade do ano. Shivaan Tandon, economista do Capital Economics, apontou que o setor de serviços, altamente dependente das exportações, deve sofrer queda, e a atividade manufatureira continuará enfrentando dificuldades.

Os dados do Banco Mundial mostram que as exportações representaram 178,8% do PIB de Cingapura em 2024, destacando a vulnerabilidade da economia local diante de alterações no comércio internacional.

Rodrigo Peronti

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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