Indústria de SC registra avanço após encontro Lula-Trump
A recente reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, ocorrida na Malásia, foi considerada um “avanço concreto” pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC). Para a entidade, esse encontro é um passo importante para destravar as negociações sobre as tarifas que os Estados Unidos impuseram a produtos brasileiros. O bate-papo, agendado para a noite de domingo (horário local) em Kuala Lumpur, entre o secretário de Estado Marco Rubio e os negociadores brasileiros, traz esperanças de resultados rápidos.
Gilberto Seleme, presidente da FIESC, acredita que essa iniciativa restabelece um diálogo técnico entre Brasil e EUA, buscando soluções que mantenham a competitividade da nossa indústria e fortaleçam as relações comerciais. A Federação está pedindo a suspensão da sobretaxa de 40% enquanto as negociações estão em andamento e também quer que mais produtos sejam incluídos nas exceções. Essas demandas já foram apresentadas ao vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, em Brasília.
A FIESC tem trabalhado de perto com o MDIC e a CNI, fornecendo dados setoriais e estudos sobre os impactos dessas tarifas, além de atuar como uma ponte entre o setor privado brasileiro e o Departamento de Comércio dos EUA. A CNI, por sua vez, vem apoiando propostas que visam áreas de interesse comum, como energia renovável e tecnologia.
### Impactos em Santa Catarina
Desde que as sobretaxas, que podem chegar a 50%, foram anunciadas, a FIESC tem monitorado de perto os efeitos na região. Em setembro, as vendas de Santa Catarina para os EUA caíram 55% em relação ao mesmo mês do ano passado, totalizando apenas US$ 78,7 milhões. Um estudo da FIESC estima que essa diminuição de 30% nas exportações para os EUA por um a dois anos pode resultar em uma perda de R$ 1,2 bilhão no PIB do estado, além de cerca de 20 mil empregos a menos e uma redução de R$ 171,9 milhões na arrecadação de ICMS, afetando especialmente os setores de madeira e móveis.
Para tentar minimizar esses danos, a FIESC lançou o programa desTarifaço, que oferece apoio e informações às exportadoras do estado, enquanto aguarda sinais concretos sobre a suspensão temporária das sobretaxas e a ampliação das exceções em discussão.



