Uma tragédia que chocou a comunidade de Camboriú aconteceu nesta sexta-feira (27). Leonardo Garcia, um morador do bairro Rio do Meio, foi encontrado morto em sua casa, poucos dias depois de ter seu nome envolvido, de forma injusta, em uma acusação de abandono de animal. Essa situação toda começou quando um vídeo, postado por uma ONG de proteção animal, viralizou nas redes sociais, levando a uma onda de ataques direcionados a ele.
O vídeo mostrava um cachorro correndo atrás do carro vermelho que Leonardo dirigia. Sem investigar os fatos antes, a ONG Viva Bicho, junto a dois vereadores, publicou o vídeo insinuando que se tratava de abandono. Com a placa do carro em destaque, internautas rapidamente descobriram a identidade do motorista e começaram a divulgar suas informações pessoais.
Moradores da área afirmam que o cão pertencia a outra pessoa e já tinha o hábito de correr atrás do carro de Leonardo. Essa situação era conhecida pelos vizinhos, mas ninguém se preocupou em verificar antes da divulgação. Apesar dos avisos enviados à ONG sobre o erro, o vídeo permaneceu online por horas. A ONG afirmou que recebeu uma denúncia anônima e só apagou o conteúdo depois de um tempo.
Na tarde de sexta-feira, Leonardo foi encontrado em casa. O corpo foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) por volta das 16h30. As causas da morte ainda estão sendo investigadas pela Polícia Civil. Embora não se possa apontar uma relação direta entre o episódio e um possível suicídio, o caso trouxe à tona discussões sobre os impactos da exposição nas redes e do chamado linchamento digital.
Antes de desativar sua conta no Instagram, a ONG Viva Bicho se defendeu dizendo que nunca teve a intenção de prejudicar Leonardo e que tentava apenas entender a situação no vídeo. “Estamos sendo ameaçados e julgados como culpados por algo que não foi nossa intenção”, afirmou a organização. No entanto, muitos criticaram a nota, ressaltando a falta de um pedido de desculpas claro à família da vítima. Os vereadores que compartilharam o vídeo também não se manifestaram com um pedido de desculpas.
A ONG relatou ainda que está recebendo ameaças e se diz bastante abalada com toda a repercussão. Apesar disso, internautas acusaram a organização de ignorar os avisos sobre a veracidade dos fatos e de ter mantido o post por tempo demais, o que resultou em consequências devastadoras.
Depois de tanta confusão, a ONG decidiu desativar seu perfil no Instagram.
