Balneário Camboriú

Hipertensão na gravidez: caso de trigêmeas em SC gera alerta

Um caso triste tem gerado muita discussão nas redes sociais e nos meios de comunicação de Balneário Camboriú. A publicitária Monique dos Santos abriu seu coração ao compartilhar a difícil história da perda de suas três filhas gêmeas, Maythê, Eloa e Alana, após uma gestação marcada pela hipertensão.

Com mais de cinco meses de gravidez múltipla, Monique estava sob monitoramento cuidadoso devido à sua condição de saúde. Mas, no dia 13 de setembro, o sonho da maternidade teve um final abrupto.

Por que a hipertensão na gravidez é tão preocupante?

A hipertensão durante a gravidez pode trazer complicações sérias tanto para a mãe quanto para o bebê. Essas condições, conhecidas como síndromes hipertensivas, podem acontecer com mulheres de todas as idades, mas as que têm 35 anos ou mais estão em um grupo mais vulnerável.

A hipertensão gestacional pode aparecer a partir da 20ª semana. Já a pré-eclâmpsia, que surge com a hipertensão, pode afetar vários órgãos da mãe e não deve ser ignorada. Em casos mais graves, há a eclâmpsia, que se manifesta com convulsões.

“A pré-eclâmpsia pode atingir até 16% das gestações no mundo todo. No Brasil, é a principal causa de morte materna”, explica Sâmia Luiza Paiva, especialista em gestação de alto risco.

Os riscos para a mãe incluem sérios problemas de saúde, como insuficiência renal e AVC, e, para o bebê, a necessidade de partos prematuros, que podem resultar em complicações como infecções ou dificuldades respiratórias.

Fatores de risco que exigem atenção

Embora as causas da pré-eclâmpsia ainda sejam um mistério, alguns fatores aumentam o risco de uma gestante desenvolvê-la:

– Pressão alta crônica
– Primeira gestação
– Diabetes
– Lúpus
– Obesidade
– Histórico familiar de pré-eclâmpsia
– Gravidez em mulheres acima de 35 anos ou abaixo de 18 anos
– Gestação de gêmeos

Sinais como dor de cabeça intensa, inchaço e dificuldades respiratórias podem indicar a presença da síndrome. Ao apresentar esses sintomas, é essencial buscar ajuda imediatamente.

Tratamento e como se prevenir

Tratamentos para essas condições estão disponíveis na rede pública. O pré-natal é o primeiro passo e deve ser iniciado na Unidade Básica de Saúde. Se necessário, a gestante é encaminhada para consultas pré-natais de alto risco. Em situações de emergência, é feita a transferência para um hospital.

“Um acompanhamento pré-gestacional é ideal. Isso ajuda a prevenir antes mesmo da gravidez, controlando doenças pré-existentes e promovendo um estilo de vida saudável”, alerta Sâmia.

O relato de uma mãe em luto

Monique compartilhou que começou a sentir dores fortes e foi rapidamente internada. O que se seguiu foi uma sequência angustiante: ao tentar conter a pressão, ela acabou causando a ruptura de uma bolsa. A primeira bebê nasceu viva, mas a alegria durou pouco. Inicialmente, a equipe médica disse que todas estavam bem, mas depois veio a notícia devastadora: apenas uma havia sobrevivido.

Monique se recusa a aceitar a classificação do que aconteceu. “Elas não eram fetos, já tinham mais de cinco meses”. E ela relembra a dor de deixar o hospital com os braços vazios, enquanto outras mães saíam com seus bebês.

Uma experiência no hospital

No dia seguinte, Monique recebeu alta com um atestado e sem qualquer documento que pudesse ajudar a registrar ou velar suas filhas. “Não recebi nada. Só a dor”, lamenta. Ela reclama da falta de informações durante o processo e diz que teve que envolver a família para conseguir os documentos necessários.

Posicionamento do hospital

Em resposta, o Hospital Regional Ruth Cardoso emitiu uma nota lamentando a situação e se solidarizando com a família. O hospital esclareceu que, de acordo com as normas, a viabilidade das gestações é reconhecida a partir de 22 a 24 semanas. Em seu entendimento, as filhas de Monique estavam em uma fase muito delicada.

De acordo com o hospital, todos os protocolos foram seguidos e o atendimento foi prestado com respeito e cuidado à família. O que ficou claro é que, independentemente das circunstâncias, essa experiência foi marcante e dolorosa para todos envolvidos.

Rodrigo Peronti

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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