Gestante tenta matar bebê e é levada sob escolta em SC
Uma gestante de 21 anos, vivendo um momento muito difícil, foi escoltada pela Polícia Militar na madrugada de quarta-feira (17) no Hospital Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú, Santa Catarina. Ela, que está grávida de 36 semanas, estava em um surto psicológico, ameaçando tanto a própria vida quanto a do bebê. A situação exigiu uma operação rápida para proteger os dois.
A mulher, que é imigrante venezuelana, relatou ter sido vítima de estupro e expressou o desejo de interromper a gravidez. Porém, a chance de realizar o procedimento foi perdida, uma vez que, de acordo com o Conselho Federal de Medicina, o aborto legal em casos assim pode ser feito até a 20ª semana.
Polícia em alerta para evitar tragédia
A equipe médica do hospital acionou a polícia por volta das 2h da madrugada, preocupada com o comportamento agressivo da paciente. Isso aconteceu enquanto eles ponderavam sobre o que fazer: o Ministério Público havia recomendado o aborto legal, mas o prazo já havia passado.
Um policial que participou da ocorrência relatou que a mulher tentou sair do hospital por volta das 5h da manhã, o que levantou ainda mais preocupações. “Nossa guarnição foi acionada para garantir a integridade dela e da criança”, contou.
Diante da gravidade do caso, a polícia decidiu manter a escolta da gestante enquanto o hospital e o Ministério Público procuravam autorização judicial para induzir o parto. O objetivo era proteger a vida de ambos até que a Justiça decidisse sobre os próximos passos.
Recomendação do Ministério Público sobre o aborto
O Ministério Público havia emitido um documento no dia 10 de outubro, recomendando que a vítima de estupro tivesse acesso ao aborto legal. Essa orientação foi enviada para a Secretaria de Saúde de Camboriú e também para a Procuradoria do Município. No entanto, o procedimento não foi realizado no prazo adequado, e as razões para essa falha ainda não estão claras.
O secretário de Saúde de Camboriú, Alexandre Furtado Cons, confirmou ter recebido a recomendação, mas ainda não fez uma declaração oficial sobre o ocorrido. Recentemente, ele comunicou à imprensa que está em reuniões e que se manifestará em breve.
Esse caso traz à tona questões importantes sobre saúde mental, direitos reprodutivos e o papel do poder público em situações de violência sexual. Enquanto isso, a gestante permanece internada e sob escolta, enquanto sua situação é analisada pela Justiça.



