A capital catarinense, Florianópolis, está se destacando como um exemplo de mobilidade sustentável. Com quase 7.000 carros elétricos nas ruas, a cidade já supera a frota de 14 estados brasileiros. É um número impressionante, especialmente quando comparamos com a situação de apenas oito anos atrás, quando apenas 200 veículos elétricos circulavam em todo o estado. Hoje, Santa Catarina abriga quase 40 mil desses carros, tornando-se um polo dessa nova direção eco-friendly.
Engana-se quem pensa que a transição para os carros elétricos é complicada. O motorista Elcymar Marks, por exemplo, experimentou uma mudança significativa em sua rotina. Ele trocou as paradas no posto de gasolina pelo plugue do carregador. Roda cerca de 300 quilômetros por dia e, orgulhoso, ele comenta que economiza, em média, R$ 2.500 por mês. Com uma manutenção quase inexistente e sem a necessidade de trocar óleo ou velas, é só carregar e dirigir. Ele ainda destaca: “Com 100 mil quilômetros rodados, mal conheci uma oficina”.
E não para por aí. Um dos projetos fundamentais para essa aceleração no uso de elétricos foi o Corredor Elétrico Catarinense. A rede de recarga está sendo instalada ao longo do estado, com 34 eletropostos já funcionando e a meta de chegar a 100 municípios até o primeiro semestre de 2026. Com a disposição estratégica das estações, ninguém precisa se preocupar em ficar sem bateria: a ideia é que as paradas sejam a, no máximo, 50 quilômetros de distância umas das outras.
O investimento para criar essa rede foi de R$ 14 milhões, e as melhorias já estão aparecendo. Até agora, mais de 794 toneladas de CO2 deixaram de ser emitidas, e mais de um milhão de kWh de energia foram fornecidos nas estações de recarga. Novas unidades estão a caminho, consolidando ainda mais essa malha que conecta cidades e motoristas em Santa Catarina.
Ao pensar em viajar, a diferença entre usar um carro elétrico e um a gasolina é clara. Por exemplo, se alguém sair de Florianópolis com destino a Joinville, que fica a pouco mais de 180 km pela BR-101, o planejamento é essencial. Com a infraestrutura do corredor elétrico, o motorista pode rodar tranquilo, sabendo que há pontos de recarga rápida mais à frente. O custo da recarga para essa rota é de cerca de R$ 67, e a parada leva entre 30 minutos e uma hora.
Em contrapartida, abastecendo um carro a gasolina, o mesmo trajeto custa em torno de R$ 90 e pode levar apenas cinco minutos. A diferença é nítida: a opção elétrica proporciona uma economia considerável, mesmo que exija um pouco mais de planejamento.
As cidades de Florianópolis, Balneário Camboriú e Joinville concentraram quase 39% da frota elétrica de Santa Catarina. Florianópolis, como a capital, lidera com quase 7.000 veículos, enquanto Balneário Camboriú e Joinville seguem de perto, com 3.801 e 3.128, respectivamente. Essa crescente adesão à mobilidade elétrica, especialmente nos centros urbanos, mostra que a mudança está em curso e que a população está aberta a novas soluções sustentáveis.
