Fiscais apontam irregularidades em fábrica de pães em SC
Uma operação da Vigilância Sanitária em Itajaí flagrou uma fábrica de pães que operava de forma irregular no bairro São João. O local estava em condições alarmantes, com esgoto a céu aberto, fezes nas proximidades e toneladas de trigo desviadas. Essa ação ocorreu na tarde de terça-feira (11), após meses de monitoramento das autoridades.
De acordo com Silvio Schaadt, diretor da Vigilância Sanitária de Itajaí, o flagrante aconteceu depois que ele percebeu uma movimentação suspeita. “Eu estava passando pela rua Hildebrando José da Silva e vi uma carreta descarregando trigo. Parei para verificar e o responsável não conseguiu apresentar as notas fiscais”, contou.
Essa carga, que deveria ir para Indaial, estava sendo descarregada de forma irregular em Itajaí. Aproximadamente 30 toneladas de trigo foram apreendidas e a Vigilância acionou a Receita Estadual e a Polícia Militar para confirmar o desvio da carga. O proprietário da fábrica, o dono da carga e o motorista do caminhão foram autuados por transporte irregular e fraude fiscal.
Um cenário de total desordem
A fiscalização não parou por aí. Dentro da fábrica, a situação era preocupante. Não havia alvará sanitário nem licença para funcionamento. O lugar estava sujo, com esgoto a céu aberto e fezes ali por perto. “Era uma situação absurda. Não havia condições mínimas para a produção de qualquer alimento”, destacou Schaadt.
Durante a inspeção, foram encontrados cerca de três toneladas de pães prontos para consumo. Esses produtos estavam embalados com diferentes marcas, o que dificultou a rastreabilidade. Eles foram descartados corretamente no aterro sanitário. Um ponto também crítico foi a falta de controle sanitário entre os funcionários. “Os manipuladores não tinham uniformes, nem carteira de saúde. Tudo era feito de maneira inadequada”, acrescentou o diretor.
A fábrica permanecerá fechada até que todas as questões legais e sanitárias sejam resolvidas. A Polícia Civil e a Receita Estadual estão investigando para descobrir se outros envolvidos fazem parte desse esquema e se os supermercados que compravam o trigo também tinham ciência da origem ilícita do produto.
Além disso, as autoridades acreditam que mais duas carretas, cada uma com 30 toneladas de trigo, estavam a caminho da fábrica, elevando o total de carga desviada para 90 toneladas. O trigo estava sendo vendido a um preço muito abaixo do mercado – R$ 50 por saca, enquanto o valor normal é em torno de R$ 64. Isso só reforça os indícios de fraude.
A Vigilância Sanitária de Itajaí se comprometeu a manter um controle rigoroso sobre os estabelecimentos alimentícios na região, sempre buscando garantir a saúde e segurança da população.



