Na última quinta-feira (24), ocorreu a quarta edição da LGBT+ Turismo Expo, um evento importante para o setor de turismo no país que reúne profissionais do ramo. Neste ano, o foco das discussões foi a presença e a experiência de famílias LGBT+ no turismo.
Alex Bernardes, um dos organizadores da feira, destacou que o setor turístico ainda não dá a devida atenção às famílias LGBT+ em suas campanhas e nos serviços oferecidos. Ele salientou a necessidade de se repensar a abordagem do turismo, considerando que as viagens das famílias LGBT+ vão além das festas e eventos.
Durante as mesas redondas, foram levantados pontos cruciais para que o mercado comece a compreender as novas configurações familiares. Dan Rios, representante do Visit Miami, enfatizou que é essencial entender as necessidades desse público para que as ofertas turísticas sejam mais adequadas. Ele reiterou que muitos ainda têm a ideia errada de que gays viajam apenas para festas e eventos noturnos.
Jaime Andres Dias, do Procolombia, também destacou a importância de pesquisas para identificar as necessidades das diferentes configurações familiares. Com essas informações, é possível planejar um atendimento e uma divulgação apropriada das atrações para esse público, tornando a experiência mais inclusiva.
O marketing foi amplamente discutido ao longo do dia, com a mensagem de que uma comunicação autêntica é vital para atrair os viajantes LGBT+. O influenciador digital Lucas Monteiro, pai de três filhos, apontou que ele busca representatividade através de histórias reais ao escolher seus destinos de viagem. Ele alertou que muitas vezes a comunicação na internet pode ser exagerada e não condiz com a realidade das experiências vividas.
Márcio Santos, da MS Viagens, afirmou que a consultoria de agentes de viagens pode ajudar a evitar problemas em destinos turísticos, mas ressaltou que os profissionais precisam garantir que os locais e atrações recomendadas sejam verdadeiramente acolhedores para as famílias LGBT+.
Dados do IBGE mostram que entre 2021 e 2023, mais de 50 mil crianças foram adotadas por casais homoafetivos no país. Atualmente, estima-se que existem mais de 360 mil lares de famílias LGBT+ no Brasil. Bernardes concluiu que esses números são significativos e não podem ser ignorados pela indústria do turismo, demandando mais atenção e serviços adequados para essa parcela da população.
