Evento com carros revela suspeita de golpe em BC
O recente evento automotivo em Balneário Camboriú gerou bastante burburinho. Tudo começou quando onze carros de luxo foram multados por estacionarem sobre a calçada e em um ponto de ônibus. O que parecia ser só mais um dia de carros chiques na cidade acabou virando uma situação mais complexa, com uma acusação bem séria no meio do caminho: a cobrança de uma “taxa” para a liberação do encontro. O empresário Felipe Costa, envolvido na organização, se defendeu e disse que não pediu nenhum dinheiro, apenas ofereceu “consultoria técnica”.
Logo após o evento, o organizador Ricardo Portes explicou que, duas semanas antes, seu produtor, Bruno Araújo, tinha se encontrado com Felipe. Segundo ele, Felipe teria pedido uma “taxa em dinheiro” e garantido que tudo estava resolvido com a Guarda Municipal. Mas, no dia do encontro, a guarda não apareceu na hora marcada. Com o fluxo de carros aumentando, os veículos acabaram se posicionando onde não podiam, resultando em uma chegada tardia das equipes de fiscalização, que ameaçaram multar os motoristas em até R$ 20 mil. Após algumas conversas, esse valor foi reduzido a R$ 190 por carro.
Ricardo questiona o que aconteceu com essa taxa e a quem realmente o dinheiro foi destinado, alegando que sua imagem foi prejudicada devido a um possível esquema irregular.
Falando do histórico de Felipe Costa, um levantamento indicou que ele não trabalha mais na Prefeitura de Balneário Camboriú desde dezembro de 2024, quando houve a troca de governo. O empresário tinha sido assessor de um vereador e, depois, coordenador na Secretaria de Turismo. Ricardo afirma que Felipe se apresentou como “assessor do vice-prefeito”, mesmo que esse cargo já estivesse encerrado.
Quando questionado sobre o ocorrido, Felipe Costa respondeu de maneira descontraída, se dizendo surpreso com a situação. Ele afirmou que não tem como liberar o evento, já que não ocupa posição oficial. Em nota, Felipe negou ter cobrado qualquer quantia e ressaltou que o que houve foi apenas uma consultoria sobre a logística do evento. Ele também lembrou que estacionar sobre calçadas é ilegal segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Diante dos relatos, podemos ver que a situação pode se enquadrar tanto como estelionato quanto usurpação de função pública, caso a cobrança e o uso indevido de autoridade sejam comprovados. Já a versão de Felipe defende que tudo se tratou de uma relação privada de consultoria, alegando que as declarações de terceiros são falsas e que ele pretende contestá-las judicialmente.
Vale destacar que, para a realização de eventos que utilizam espaços públicos, há todo um processo formal que envolve alvarás, taxas e publicações oficiais. Mesmo que o evento tivesse sido autorizado, estacionar em calçadas continua sendo proibido. Essa diferença entre promessas informais e procedimentos oficiais pode explicar as multas que surgiram depois.



