Encontro estadual de EJA em SC aborda políticas e desafios educacionais
Nos dias 8 e 9 de agosto, o Instituto Federal Catarinense (IFC) de Camboriú vai ser o palco do V Encontro Estadual de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Com o tema “Política Pública de EJA em Santa Catarina: quais as formas de oferta?”, o evento promete ser um espaço de troca de ideias entre educadores, alunos, gestores, movimentos sociais e, claro, a comunidade. O foco será discutir propostas e políticas públicas voltadas a essa modalidade tão importante de educação.
A programação é bem recheada! Teremos mesas de debate que vão abordar diversos pontos, como o combate ao analfabetismo e a qualificação da EJA. Um dos grandes desafios a serem debatidos é a dificuldade de acesso aos cursos, que precisam ser mais próximos das comunidades. A ideia é oferecer aulas em horários variados e integrar esses cursos à educação profissional, além de garantir políticas de permanência, como bolsas de estudo e alimentação adequada nas escolas.
Esse encontro tem uma relevância ainda maior porque serve como preparação para o VII Encontro Regional de Educação de Jovens e Adultos (EREJA Sul), que acontecerá em setembro em Porto Alegre (RS). Também é um esquenta para o XIX Encontro Nacional (ENEJA), programado para 2026 em Brasília (DF). O evento é promovido pelo Fórum Estadual de Educação de Jovens e Adultos de Santa Catarina (FEJA-SC), com apoio de sindicatos e do IFC.
Os números são alarmantes e mostram como essa discussão é urgente. Segundo dados do IBGE/Censo Escolar 2023, mais da metade da população adulta de Santa Catarina – 52,26% – não completou a Educação Básica. Isso dá cerca de 2,8 milhões de pessoas; para se ter uma ideia, 1,5 milhão não terminou o Ensino Fundamental e pouco mais de 1,3 milhão ficou sem concluir o Ensino Médio. Além disso, mais de 165 mil pessoas com 15 anos ou mais são analfabetas.
E, apesar da necessidade de cursos, o cenário não é animador. Entre 2018 e 2023, as matrículas na EJA caíram: 25,1% no Ensino Fundamental e 42,9% no Ensino Médio. No panorama nacional, são 9,3 milhões de pessoas com 15 anos ou mais que ainda não sabem ler e escrever. E mais de 68 milhões de pessoas com 18 anos ou mais não completaram a educação básica, segundo a PNAD Contínua 2023. É um retrato que pede atenção!