Balneário Camboriú

Decreto encerra naturismo nas praias de Balneário Camboriú

Após a polêmica sobre o naturismo na Praia do Pinho, em Balneário Camboriú, a prefeitura decidiu publicar um decreto que proíbe essa prática em todas as praias da cidade. A decisão veio na sexta-feira (19), logo após a Câmara de Vereadores aprovar uma mudança no Plano Diretor.

Antes, a Praia do Pinho era a única reservada para o naturismo na região. O tema levantou debates e críticas de diversas entidades. Segundo a prefeitura, a praia tinha se distanciado do verdadeiro espírito naturista e, infelizmente, começou a ser associada a atividades ilícitas.

“Ao ouvir as forças de segurança e os moradores, percebemos a necessidade dessa mudança. Isso não é apenas uma questão de legislação, mas uma medida para promover segurança e respeito”, declarou a prefeita Juliana Pavan.

Reação da Federação Brasileira de Naturismo

A mudança gerou reações e a Federação Brasileira de Naturismo se manifestou, expressando preocupação com a proibição. Para a FBrN, a Praia do Pinho não é apenas um espaço, mas um símbolo do naturismo no Brasil, reconhecido nacionalmente. A federação ressalta que o naturismo deve ser visto como uma prática respeitosa e ética, bem diferente de condutas inadequadas.

A FBrN enfatiza que essa prática é fundamentada no respeito mútuo e na proteção ambiental, e não deve ser confundida com comportamentos criminosos.

A proibição no Novo Plano Diretor

A proibição do naturismo está inserida nas diretrizes do novo Plano Diretor de Balneário Camboriú. Agora, nenhuma praia da cidade terá uma designação oficial para essa prática, o que significa que a Praia do Pinho não será mais reconhecida como área de naturismo.

A história da Praia do Pinho

Localizada no sul do município, a Praia do Pinho é famosa por ser a primeira praia oficial de naturismo no Brasil. A prática começou de forma discreta nos anos 80, em uma época em que o local era menos acessível. Com o passar do tempo, pequenos grupos de naturistas começaram a se reunir ali, promovendo a filosofia da nudez social.

Em 1984, uma reportagem deu destaque ao local, atraindo visitantes e gerando conflitos com moradores e proprietários de terras. A resistência à prática culminou em perseguições e até prisões em 1986, o que levou à formação da Associação Amigos da Praia do Pinho, que lutou pelo reconhecimento legal do naturismo, conquistado em 2006. Desde então, a praia passou a contar com infraestrutura voltada ao público naturista, atualmente administrada pelo Complexo Turístico Praia do Pinho LTDA.

Rodrigo Peronti

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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