Confeiteira de SC comercializava morango do amor antes da tendência
Quem passa frequentemente pelas redes sociais pode pensar que o morango do amor é uma novidade que surgiu do nada. Mas a verdade é que esse doce querido tem suas raízes já há cinco anos em Santa Catarina. Em meio à pandemia de Covid-19, a chef Gillian Thais, de Itajaí, decidiu dar uma virada na sua carreira e começou a produzir esse doce que hoje conquistou o Brasil.
Não foi um momento fácil. Gillian viu muitos colegas de trabalho enfrentando dificuldades financeiras e, ao invés de ficar parada, resolveu inovar. “Eu criei mini caixinhas com doces. Diminuí o pedido mínimo, que antes era bem alto. Com isso, mais pessoas começaram a encomendar”, conta a confeiteira.
Como o morango do amor entrou na sua vida
A ideia do famoso morango do amor, que conquistou o paladar de muitos, veio a Gillian em um sonho. “Era um período chato, eu estava preocupada com as contas e sonhei que estava fazendo o morango do amor. O caramelo eu já conhecia, mas o morango caramelado foi uma nova experiência”, explica. E foi assim que ela se lançou no mundo do doce, criando uma versão que hoje é reconhecida por sua beleza: vermelho brilhante, com um toque verde, bem parecido com o morango de verdade.
Esse trabalho rendeu bons frutos e ajudou a manter suas contas em dia. A demanda foi tanta que a agenda de Gillian ficou lotada, com pedidos agendados para meses adiante. Ela lembra com carinho dos momentos em que as fotos dos seus morangos começaram a fazer sucesso nas redes sociais.
À medida que o tempo passou e as responsabilidades foram aumentando, Gillian percebeu que o morango do amor acabou se tornando um item sazonal em sua confeitaria. “É um doce delicado que requer bastante tempo para fazer, por isso não consigo ter sempre na minha agenda”, comenta.
A polêmica da criação do morango do amor
Recentemente, a chef ficou surpresa ao ver o “boom” do morango do amor. A demanda cresceu e muitos começaram a mencionar que ela poderia ser a precursora desse doce famoso. Seus clientes, bastante entusiasmados, foram até usar ferramentas de pesquisa, como a Inteligência Artificial, para tentar descobrir quem realmente tinha lançado o morango do amor.
“Alguns clientes me procuraram querendo provar que eu fui primeira a fazer. Foi bem interessante quando eles foram ao Chat GPT e descobriram que o primeiro registro surgiu a partir de mim”, conta Gillian, ainda surpresa com a repercussão.
Atualmente, com a produção de seu morango em escala crescente, ela consegue vender entre 200 e 300 unidades por dia, a R$ 25 cada. “Só na semana passada, consegui quase mil vendas sem precisar de encomendas”, comemora.
Apesar de todo esse reconhecimento, ela é cautelosa ao se rotular como “criadora” do doce. Gillian prefere o termo “idealizadora”, mencionando que pode haver outros que tenham feito o doce antes dela. “Acredito que o morango do amor, da forma que eu faço, pode ser uma criação minha, mas não quero causar polêmica. O que importa é que as pessoas amam e, no fim das contas, isso é o que realmente conta”, finaliza.