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Clínica em Balneário Camboriú funcionava ilegalmente como farmácia, anunciou o MP

Uma clínica de coach em Joinville e Balneário Camboriú, Santa Catarina, era uma fachada para um esquema de tráfico de drogas, segundo denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). O coach Felipe Francisco e outras 21 pessoas foram denunciadas por crimes como tráfico de drogas, falsificação de documentos e exercício ilegal da profissão.

A clínica, que oferecia serviços de estética e nutrição, não tinha autorização para receitar ou vender medicamentos de uso controlado. No entanto, segundo o MPSC, o coach Felipe Francisco, os médicos e os nutricionistas da clínica produziam protocolos médicos sem aval técnico para solicitar esses medicamentos em larga escala.

Os medicamentos eram depositados em um estoque montado nos estabelecimentos da clínica. A denúncia afirma que os remédios eram vendidos ilegalmente para clientes da clínica, que recebiam as receitas médicas sem passar por uma consulta médica.

Os medicamentos solicitados em larga escala eram, principalmente, anabolizantes, antidepressivos e ansiolíticos. O MPSC estima que o esquema movimentou cerca de R$ 2 milhões em apenas um ano.

A denúncia foi recebida pela Justiça de Santa Catarina e os denunciados estão sendo investigados.

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Rótulos falsos e medicamentos contrabandeados

Receituários eram feitos em nome de outras pessoas

Inicialmente, as duas farmácias envolvidas no esquema criminoso faziam as entregas dos medicamentos apenas por solicitação via WhatsApp, sem exigir a apresentação de receitas médicas. Com o tempo, funcionários da clínica de Felipe Francisco passaram a comprar e buscar esses medicamentos, abastecendo uma espécie de farmácia ilegal dentro da clínica.

As receitas médicas eram falsificadas em nome dos próprios funcionários ou de clientes escolhidos aleatoriamente. Os medicamentos eram armazenados sem refrigeração adequada e tinham origem clandestina, sendo contrabandeados do Paraguai.

No dia da operação policial, algumas das medicações apreendidas estavam preparadas para aplicação em pacientes, mas já haviam sido abertas e reutilizadas. Também foram encontrados medicamentos fora do prazo de validade.

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Além das receitas médicas falsas, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) denunciou que as substâncias vendidas, sem regulamentação dos órgãos sanitários, continham informações falsas ou rótulos que não condiziam com a quantidade ou o medicamento prescrito.

O MPSC também identificou que os preços dos medicamentos eram inflacionados. Os clientes pagavam de 270% a 300% a mais do que pagariam se comprassem os mesmos medicamentos em farmácias comuns.

Além de Felipe Francisco e de sua ex-esposa e nutricionista, Letícia Cristina Baptista, outros profissionais da área de nutrição, biomédicas e uma enfermeira também foram denunciados por participação no esquema. Esses profissionais eram responsáveis pela administração dos medicamentos aos pacientes, que recebiam não apenas comprimidos e cápsulas, mas também substâncias injetáveis, principalmente anabolizantes e hormônios de crescimento muscular.

Imagem: Divulgação/Internet

Além da aplicação na clínica, motoboys foram contratados para entregar os anabolizantes e outros hormônios na casa de alguns pacientes, para que eles mesmos pudessem fazer as aplicações.

A promotora Elaine Mattiello, responsável pela investigação, destacou que o esquema era perigoso, pois os medicamentos eram vendidos sem controle e sem a devida orientação médica.

Status do caso

  • A denúncia foi recebida pela Justiça de Santa Catarina e os denunciados estão sendo investigados.

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