CFM proíbe uso de anestesia em tatuagens após morte de empresário
O recente anúncio do Conselho Federal de Medicina (CFM) trouxe novas regras sobre anestesia para tatuagens, que vão impactar diretamente os apaixonados por arte na pele. A decisão, publicada no Diário Oficial da União, determina a proibição do uso de anestesia em qualquer tipo de tatuagem, independentemente do tamanho ou local do corpo.
Essa mudança acontece após a morte do empresário e influenciador Ricardo Godoi, de 46 anos, em janeiro deste ano. Ele teria recebido anestesia durante uma sessão de tatuagem em Itapema, Santa Catarina, e acabou sofrendo complicações que levaram ao óbito. Esse triste episódio deixou um alerta sobre os riscos do uso indiscriminado de anestésicos em procedimentos que não são médicos.
### Proibição e suas Implicações
A nova norma restringe o uso de anestesia geral, sedação ou bloqueios anestésicos a situações que exigem cuidados médicos, como em procedimentos de reconstrução realizados por profissionais de saúde. Ou seja, agora os estúdios de tatuagem não poderão usar anestésicos como forma de tornar o processo menos doloroso para os clientes.
A decisão reflete uma preocupação crescente com a segurança e saúde dos procedimentos estéticos. Usar anestésicos requer uma estrutura adequada, protocolos rigorosos e uma equipe competente para monitorar o paciente, o que nem sempre é viável em um estúdio de tatuagem convencional.
### A Influência das Celebridades
Nos últimos anos, várias celebridades contribuíram para a popularização do uso de anestésicos durante as tatuagens. O cantor Igor Kannário, por exemplo, chegou a tatuar boa parte do corpo em uma única sessão com sedação. Assim como ele, a influenciadora Rafaella Santos, irmã do Neymar, também utilizou o procedimento para gravar um leão em suas costas. Até o funkeiro MC Cabelinho mencionou ter passado horas entubado durante uma tatuagem sob supervisão médica.
Esse panorama trouxe à tona uma discussão sobre a responsabilidade das figuras públicas em relação à segurança e às práticas de cuidados médicos. A mensagem é clara: o que pode parecer inofensivo em um contexto de show business pode representar riscos reais para o público em geral.
### O Apoio das Autoridades Médicas
A decisão do CFM teve o respaldo da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), que destacou a seriedade necessária por trás das técnicas anestésicas. Em procedimentos, mesmo os considerados simples, o acompanhamento adequado é vital. De acordo com a SBA, é fundamental realizar uma avaliação médica prévia, obter o consentimento do paciente, monitorar continuamente e garantir que toda a equipe esteja preparada para qualquer eventualidade.
Essa nova regra serve como um chamado à conscientização sobre a importância de se priorizar a saúde e a segurança em qualquer procedimento estético. O impacto da decisão é significativo e pode mudar a forma como tatuagens são feitas no Brasil.