Balneário Camboriú

Caçador de tesouros encontra iPhone em praia de SC

Mateus Natan, um jovem de 27 anos, transformou um hobby da adolescência em uma verdadeira profissão e, com isso, se tornou um fenômeno nas redes sociais. Conhecido como o “caçador de tesouros” em Balneário Camboriú, esse ludismo no Litoral Norte de Santa Catarina o faz usar detectores de metais não apenas para se divertir, mas também para ajudar a resgatar itens preciosos perdidos nas praias.

A história de Mateus com esse hobby começou de uma maneira bem simples. Com apenas 15 anos, ele comprou seu primeiro detector de metais. Naquela época, ele e o pai passaram horas tentando encontrar objetos na areia, mas os resultados eram sempre mistos: muitas moedinhas e um pouco de lixo. Com o tempo, as frustrações aumentaram, e eles acabaram desistindo, já que os detectores não eram tão eficientes.

Foi durante a pandemia que Mateus decidiu voltar à atividade, mas com uma nova abordagem. Ele percebeu que poderia criar conteúdo para a internet sobre suas experiências e, assim, surgiu sua ascensão como influenciador. Com uma boa bagagem em produção de conteúdo, ele gravou seu primeiro vídeo no qual mostrava sua jornada de busca e, para sua surpresa, ganhou 100 mil seguidores em apenas um mês. Hoje, ele já conta com mais de 540 mil fãs.

Atualmente, a rotina de Mateus é uma mistura de diversão e trabalho. Além de gerar conteúdo para as redes sociais, ele se dedica a encontrar joias perdidas e outros itens que as pessoas acabam deixando para trás. “Hoje sou um caçador de tesouros que ajuda as pessoas a recuperarem joias que foram perdidas na praia ou em outros lugares. Elas me contratam para ir atrás desses objetos”, explica com entusiasmo.

### A Rotina do Caçador de Tesouros

Mateus é bastante estratégico em sua busca. Ele escolhe dias com marés mais baixas ou após eventos climáticos, que costumam deixar objetos mais expostos. Em média, ele passa de seis a dez dias por mês nas praias, geralmente pela manhã ou ao entardecer, quando a areia está menos movimentada.

Para otimizar suas buscas, ele usa aplicativos que o ajudam a monitorar as marés e as condições do clima. Além disso, fica atento às dicas de pessoas que perderam objetos em lugares específicos. E, ao longo de sua trajetória, Mateus já encontrou de tudo um pouco. “Já parei para pensar: encontrei uma algema, um motor de barco, chaves de jet ski, celulares, drones… e até um teste de gravidez! É incrível o que aparece na areia”, conta, rindo.

Recentemente, um de seus vídeos viralizou quando ele encontrou um iPhone enterrado na praia, limpou o aparelho e conseguiu devolvê-lo à dona. Essa história é uma prova do impacto positivo que seu trabalho tem na vida das pessoas.

### Mudança de Percepção

A visão que a sociedade tinha sobre quem trabalha com detectores de metais mudou bastante desde que ele começou. Antes, quem se aventurava nessa prática era, muitas vezes, visto como alguém que simplesmente “catava as coisas dos outros”. Hoje, é comum que as pessoas se aproximem de Mateus e o cumprimentem com curiosidade, reconhecendo o valor do trabalho dele. “Agora, em vez de perguntarem o que estou fazendo, a maioria já vem perguntar se eu achei alguma coisa”, revela.

### O Reconhecimento e as Críticas

É claro que o reconhecimento traz também algumas críticas, mas Mateus segue firme, acreditando que o seu trabalho traz felicidade e satisfação àquelas pessoas que conseguem recuperar o que perderam. Para ele, transformar um hobby em profissão é gratificante e libertador. “Estou fazendo o que amo e ainda ganho meu dinheiro com isso. Ver o sorriso no rosto das pessoas quando consigo ajudar é impagável”, diz.

Mateus acredita que essa visibilidade não mudou sua essência. Ele segue sua jornada fiel ao que acredita e ao que faz, garantindo que essa autenticidade é a chave do seu sucesso.

### Uma Nova Forma de Ver o Mundo

Por conta do seu trabalho, a maneira como Mateus enxerga o cotidiano também mudou. Agora, sempre que vai à praia, ele não consegue deixar de observar a areia à sua volta e se pergunta se ali poderia haver algo perdido. “Mudou muito. Às vezes, mesmo curtindo um dia no mar, já fico pensando em onde poderia achar alguma coisa interessante”, comenta.

Muitas vezes, essa atenção se estende além da praia. Ele admite que agora tem um olhar mais apurado para o que está ao seu redor, observando tudo com “olhos de águia”, sempre em busca de objetos que possam ser importantes para alguém. Essa paixão pela caça de tesouros se tornou um jeito de ver a vida que certamente traz muita emoção ao dia a dia de Mateus.

Rodrigo Peronti

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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