Santa Catarina é famosa por suas belezas naturais, mas também é um lugar onde os fenômenos meteorológicos se fazem presentes, como tornados e tempestades severas. Aqui, por trás das cortinas, a Defesa Civil mantém uma vigilância constante. Um time de meteorologistas está sempre de olho, analisando dados e modelos em tempo real para prever eventos que podem impactar a vida dos catarinenses.
O clima em Santa Catarina tem suas peculiaridades, e as estatísticas dos últimos 30 anos mostram um panorama diversificado. Aqui, as frentes frias, ciclones extratropicais e até mesmo períodos de chuvas intensas são comuns, muitas vezes potencializados pelas condições do mar.
Bastidores da Defesa Civil e monitoramento
Nesse time, contamos com nove meteorologistas. A equipe é dividida entre seis plantonistas que trabalham em turnos 24 horas, dois profissionais focados em comunicação meteorológica e um meteorologista-chefe que fica à disposição durante o expediente. É uma verdadeira engrenagem que funciona em harmonia.
Além dos meteorologistas, há uma colaboração estreita com especialistas em hidrologia e geologia, que também observam as condições durante o horário comercial e estão prontos para agir em situações emergenciais, como enchentes e deslizamentos.
Sabemos que a previsão do tempo não é apenas uma formalidade. Os padrões climáticos nos ajudam a entender quais meses são mais propensos a chuvas fortes e quais são mais tranquilos. Por exemplo, entre janeiro e fevereiro, o litoral pode registrar grandes volumes de precipitação, o que eleva o risco de alagamentos. Enquanto isso, no outono e na primavera, as tempestades severas aparecem com frequência, trazendo vendavais e granizo.
Trabalho em três etapas
A monitoramento da Defesa Civil acontece em três etapas:
1. Antecipação
No dia a dia, as equipes analisam previsões que se estendem por até cinco dias. Isso permite identificar possíveis riscos, como chuvas intensas e ventos fortes, e é fundamental para que os gestores municipais possam se preparar.
2. Emissão de avisos
Quando um evento é identificado como tendo potencial de risco, entram em ação os modelos de previsão de alta resolução. Nessa fase, se determina o nível de risco — se é moderado, alto ou extremamente alto. E a comunicação com a comunidade começa, com a divulgação de orientações e vídeos.
3. Monitoramento em tempo real
Durante a ocorrência de eventos, a equipe utiliza radares e satélites para monitorar as condições climáticas em tempo real. Caso um evento se intensifique, um alerta é enviado imediatamente por redes sociais, SMS e outros canais oficiais. Esse acompanhamento constante é crucial para que as pessoas saibam o que está acontecendo, principalmente em situações de granizo ou tempestades repentinas.
Previsão de ciclones com antecedência
No centro de operações da Defesa Civil, é possível prever ciclones extratropicais e outros fenômenos de cinco a sete dias antes que aconteçam. A cada dia, as informações são atualizadas, garantindo que a população esteja sempre informada sobre a intensidade e a localização dos eventos.
A tecnologia a serviço da proteção do estado
A Defesa Civil de Santa Catarina está equipada com ferramentas essenciais. Contamos com:
- Quatro radares meteorológicos: Dois de longo alcance, localizados em Lontras e Chapecó, e dois de curto alcance em Araranguá e Joinville, garantindo uma cobertura total do estado.
- Rede de estações hidrometeorológicas: Essas estações, posicionadas em locais estratégicos, fornecem dados relevantes, como níveis de chuvas e temperaturas, a cada 15 segundos.
Esses dados se traduzem em gráficos e mapas que oferecem uma visão clara da situação.
Comunicação e critérios de alerta
Quando mudanças bruscas são detectadas, como tempestades com potencial para granizo, os meteorologistas disparam alertas para a população e gestores de forma simultânea. Se algo inesperado acontece, as informações são enviadas diretamente aos coordenadores regionais para garantir que todos estejam preparados. Cada alerta segue critérios rigorosos, onde variáveis como chuva e vento têm limites pré-definidos.
Como os cidadãos recebem os alertas
A Secretaria de Defesa Civil utiliza uma plataforma chamada IDAP, que permite o envio de alertas por SMS, WhatsApp e outras formas de comunicação. Recentemente, começaram a usar a tecnologia de cell broadcast, que envia avisos diretamente aos celulares nas áreas de risco, mesmo sem cadastro prévio. Em situações críticas, o alerta aparece como uma notificação de emergência, ativando um sinal sonoro para garantir que todos fiquem atentos.
Essas iniciativas são essenciais para manter os catarinenses informados e seguros diante das condições climáticas que, como podemos ver, fazem parte do nosso cotidiano aqui no Vale do Itajaí e em todo o estado.
