Balneário Camboriú testa tecnologia para transformar lodo em fertilizante
Na última semana, a Prefeitura de Balneário Camboriú, através da Empresa Municipal de Água e Saneamento (Emasa), teve acesso a uma tecnologia promissora que transforma o lodo de esgoto em produtos úteis, como óleo, gás, adubo e combustíveis. Essa demonstração aconteceu na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e foi apresentada pela empresa gaúcha BEINTEC.
Durante o teste, uma amostra do lodo foi convertida em óleo combustível, que passou por uma queima experimental para confirmar sua pureza e potencial energético. Segundo a BEINTEC, o grande diferencial dessa tecnologia é a sua capacidade de aproveitar o material por inteiro, produzindo energia suficiente para alimentar a própria máquina. Além disso, o lodo tratado pode ser usado como adubo mineral, o que é um excelente ganho.
A prefeita Juliana Pavan comentou: “Estamos buscando parcerias que nos ajudem a transformar o lodo gerado pela Emasa em produtos que façam diferença. Em 2024, gastamos quase R$ 5 milhões com a destinação desse lodo para aterros sanitários, então precisamos de soluções que sejam boas para a economia e para o meio ambiente.”
O diretor-presidente da Emasa, Auri Pavoni, também ressaltou o potencial dessa inovação. Ele disse que “a proposta é promissora, pois além de reduzir custos com transporte e destinação do lodo, podemos gerar combustível para os veículos da prefeitura ou da própria autarquia, trazendo economia e sustentabilidade para a cidade.”
Por enquanto, a equipe técnica da Emasa ainda está avaliando a tecnologia, sem acordos formais com a BEINTEC até o momento.
Além disso, Balneário Camboriú já está se aventurando em outro projeto interessante. Em julho, foi firmado um termo de cooperação com a Wastech Brasil para desenvolver um método diferente de reaproveitamento do lodo. Nesse caso, o resíduo será transformado em pedra inerte por meio de um processo térmico que usa arco de plasma, alcançando temperaturas de até 30 mil graus Celsius. O resultado? Reduzir uma tonelada de lodo a cerca de 30 quilos de material sólido e reutilizável.
A cidade será a pioneira no Brasil a participar desses testes, que contam com o apoio de uma universidade paulista. Essa tecnologia está em desenvolvimento há 14 anos, e a expectativa é que os testes técnicos de certificação comecem nos próximos meses.
Atualmente, cerca de 20 toneladas de lodo são enviadas diariamente para aterros sanitários, com um custo anual que beira os R$ 4,9 milhões. Se essas novas tecnologias se comprovarem viáveis, Balneário Camboriú pode se tornar um exemplo a ser seguido no Brasil na gestão de resíduos de saneamento.