Alargamento de praias muda orlas em Santa Catarina
O engordamento das praias em Itapoá, no Norte de Santa Catarina, é uma obra inovadora que chama a atenção de todos. Esta obra, que usa sedimentos retirados da dragagem da Baía Babitonga, vai alargar a orla em pelo menos 18 km ao longo do litoral catarinense.
Em Itapoá, o projeto envolve um impressionante 8 km de extensão, onde serão utilizados cerca de 6,4 milhões de metros cúbicos de sedimentos. A faixa de areia pode aumentar até 200 metros, fazendo dessa a maior obra do tipo no Brasil. Outras cidades, como Balneário Piçarras, Balneário Camboriú e Florianópolis, também já passaram por alargamentos nas suas praias.
Alargamento em Balneário Camboriú
Balneário Camboriú foi palco de um grande alargamento em 2021. O dia do início das obras, 22 de agosto, atraiu uma multidão ansiosa para ver a areia sendo jorrada do tubo conectado à draga. Essa obra, que deixou muitos moradores e turistas curiosos, foi um marco na cidade.
A orla principal da praia, que se estende por 5,8 km, recebeu areia de uma jazida através da draga Galileu Galilei, vinda do Oriente Médio. Durante a obra, não dava para ignorar a presença de mais de 300 tubos que pareciam entrar na cena criticamente.
Alargamento em Balneário Piçarras
Balneário Piçarras também não ficou de fora. A cidade já realizou três intervenções de alargamento em 1998, 2008 e 2012, somando 2,2 km de extensão. Agora, vai investir R$ 38 milhões na sua quarta fase de alargamento, que deve utilizar mais de 379 mil metros cúbicos de areia em um trajeto de 2 km, entre o espigão da Avenida Getúlio Vargas e o espigão da barra do rio Piçarras.
Alargamento de praias em Florianópolis
Em Florianópolis, praias como Canasvieiras, Ingleses e Jurerê também foram beneficiadas com o alargamento. A obra em Canasvieiras foi finalizada em janeiro de 2020, abrangendo uma extensão de cerca de 2,3 km.
A praia dos Ingleses já teve sua expansão concluída em abril de 2023, alcançando 35 metros de largura ao longo de aproximadamente 2,9 km. Já o alargamento de Jurerê, entregue em março de 2024, cobriu 3,38 km com cerca de 420 mil metros cúbicos de sedimentos.
Ressaca nos Ingleses
Recentemente, a praia dos Ingleses enfrentou uma ressaca forte que provocou destruição em 12 casas e cinco postes de iluminação. Isso é algo comum, mas as consequências foram ampliadas pela ausência de barreiras naturais na área. O oceanógrafo Pedro de Souza Pereira, da UFSC, explica que a maré meteorológica e as ondas do Leste intensificaram o fenômeno, afetando especialmente as praias do Norte.
Ele garante, no entanto, que a ressaca não está relacionada com o alargamento feito em 2023. “O que ocorreu foi que, embora a engorda tenha sido realizada, não foram feitas dunas ou restaurada a restinga. Dessa forma, um aumento no nível do mar se torna mais impactante. Em áreas com restinga, o efeito é amortecido”, esclarece.
Essas transformações nas praias catarinenses mostram a preocupação em preservar e adaptar nossas orlas diante das mudanças naturais do ambiente.