Como operava o golpe do empresário detido em SC
José Oswaldo Dell’Agnolo, conhecido como “Lobo do Batel”, foi preso em Itapema, no Litoral Norte de Santa Catarina, neste último sábado (6). Ele era considerado foragido pela Interpol e é apontado como um dos principais suspeitos de um dos maiores golpes financeiros do Brasil.
De acordo com a investigação, as empresas dele podem ter causado um rombo de R$ 1 bilhão a cerca de 800 pessoas, a maioria em Curitiba (PR). Essa história chamou a atenção da mídia, especialmente da RIC Record Paraná, que trouxe diversos detalhes sobre o caso.
O “Lobo do Batel” ganhou notoriedade ao aparecer em vídeos nas redes sociais, sempre se apresentando como o “face” do esquema. Segundo relatos das vítimas, ele atuava por meio de duas empresas: a The Boss e o banco digital Futuree Bank.
Como funcionava o golpe?
A estratégia utilizada pelo Lobo do Batel era bastante atraente. A The Boss fazia a captação de clientes, oferecendo investimentos com um retorno garantido de 3% ao mês. Para se ter uma ideia, isso é quase três vezes mais do que a Selic, que ronda a casa de 1% mensal. As promessas eram tentadoras e atraíam muitos investidores.
As aplicações eram feitas no Futuree Bank, que, por sinal, tinha um capital social declarado de apenas R$ 1 milhão. Para comparação, bancos renomados como Itaú e Caixa Econômica têm capital muito acima dos R$ 100 bilhões. Com a promessa de retornos fáceis e altos, alguns clientes chegaram a investir mais de R$ 1 milhão. Mas, à medida que o tempo passava, surgiram dificuldades para acessar esses investimentos, gerando angústia e frustração entre os investidores.
Vínculos com outros crimes
Além de José Oswaldo, outros sócios também estão envolvidos na história. Nomes como Eduardo Votroba e João Vítor Cobaiashi começaram a se esquivar de contatos e a limitar atendimentos no escritório do Futuree Bank, segundo informações da RIC Record.
Curiosamente, o caso também liga a outros crimes. Um dos funcionários do Futuree Bank, Luciano Lemes, já havia sido investigado pela Polícia Federal na operação Fake Money, que apurou a venda de créditos tributários falsos a empresários em diversas regiões.
A operação Mors Futuri está em andamento, conduzida pela Polícia Federal. Na semana passada, a PF cumpriu 11 mandados de busca e apreensão em Curitiba e bloqueou R$ 66 milhões em bens e ativos, incluindo imóveis e carros luxuosos.
Essa história é um lembrete de que, em tempos de promessas fáceis, a dica valiosa é sempre desconfiar e pesquisar cada investimento antes de colocar seu dinheiro. No Vale do Itajaí, essas questões financeiras são mais comuns do que se imagina.



