Operação em SC investiga golpe bilionário e apreende carros de luxo
A VR Brasil, que está no centro de um grande esquema de venda de cotas imobiliárias na Grande Florianópolis, foi alvo de uma nova operação policial nesta terça-feira (4). A investigação, conduzida pela delegacia de Defraudações, cumpriu 28 mandados de busca e apreensão em nove municípios de Santa Catarina, todas relacionadas à empresa.
Durante a ação, os policiais apreenderam vários itens, como carros importados, eletrônicos e até dinheiro em espécie. Um dos veículos, uma BMW X6, está avaliado em R$ 800 mil, mostrando a magnitude do que estava em jogo.
Operação investiga esquema de pirâmide financeira
Chamando a operação de “Pirâmide sobre Rodas”, a polícia levou a cabo ações em cidades como Balneário Camboriú, Campos Novos, Florianópolis, e outras. O principal foco da investigação é um esquema de pirâmide financeira que se teria aproveitado da venda de cotas de imóveis, causando prejuízos de milhões e afetando um grande número de pessoas em todo o estado.
O delegado Lucas Magalhães, que lidera a operação, declarou que as investigações continuarão. Ele mencionou que a análise dos documentos e dados coletados ajudará a aprofundar a apuração. Os envolvidos nesse esquema podem enfrentar acusações de estelionato e crimes contra a economia popular.
Como aconteceu o escândalo envolvendo a VR Brasil?
A VR Brasil é investigada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, acusada de aplicar um golpe que teria afetado mais de 2 mil pessoas, levando a um prejuízo estimado próximo de R$ 1 bilhão.
A empresa era responsável por administrar e vender cotas de investimentos imobiliários. Prometia retornos generosos, variando de 1% a 5% ao mês, justificando essas promessas pela valorização imobiliária, especialmente no litoral de Santa Catarina. Enquanto a cota mínima era de R$ 5 mil, alguns investidores depositaram valores que chegavam a quase R$ 1 milhão.
Os pagamentos funcionaram normalmente até abril de 2024, quando foram repentinamente interrompidos. Os cotistas não conseguiam mais acessar os valores que haviam investido, e o caminho que o dinheiro tomou continua incerto.
A situação se agravou com a morte de Márcio Ramos, fundador da VR Brasil, em maio do mesmo ano. Isso complicou ainda mais o acesso aos documentos e registros essenciais para entender os negócios da companhia. Até o momento, a reportagem tentou contato com a defesa da empresa, mas ainda não obteve resposta. A porta segue aberta para qualquer manifestação sobre o caso.



