Silenciar a imprensa não soluciona a segurança pública
A decisão do tenente-coronel Rafael Vicente, comandante do 12º Batalhão da Polícia Militar, de tirar o Click Camboriú do grupo de imprensa da corporação gera muita preocupação. Não se trata apenas de um gesto aleatório; é um verdadeiro ataque à transparência e à liberdade de imprensa. Quando uma figura pública decide quem pode ou não ter acesso a informações importantes para a sociedade, isso ultrapassa os limites legais e vai contra os princípios da administração pública.
O grupo de imprensa que o 12º BPM mantém no WhatsApp não é uma conversa entre amigos. É um canal oficial, criado para divulgar informações públicas e manter a comunidade informada sobre ocorrências e comunicados. Excluir um veículo de comunicação por não se sentir à vontade com suas matérias é não apenas um erro, mas uma violação do direito à informação, garantido pela Constituição e pela Lei de Acesso à Informação.
Ao agir dessa forma, o comandante utiliza um recurso público como se fosse uma ferramenta de controle sobre o que é publicado. Isso se encaixa no conceito de censura indireta, um comportamento que não combina com a função de uma instituição que deveria ser um exemplo de legalidade e imparcialidade.
A realidade nas ruas de Balneário Camboriú é preocupante. As pessoas sentem um aumento nas ocorrências de crimes e uma ausência de clareza sobre a situação real da segurança na cidade. Impedir a imprensa de obter informações da polícia não resolve o problema; na verdade, isso apenas esconde a realidade do debate público.
O jornalismo desempenha um papel crucial, que é revelar o que muitas vezes o poder tenta encobrir. O Click Camboriú sempre se comprometeu a informar com responsabilidade, baseando suas matérias em dados e investigações sérias, mesmo sobre falhas na segurança pública local. Se isso incomoda algumas autoridades, o problema não está na imprensa, mas naqueles que preferem criar narrativas ao invés de encarar os fatos.
A postura do tenente-coronel Rafael Vicente vai contra valores fundamentais como a transparência e a legalidade. A Polícia Militar é uma instituição que pertence a todos nós, e ninguém tem o direito de restringir o acesso dos jornalistas a informações que são do interesse coletivo.
O que Balneário Camboriú realmente precisa é de respostas, não de mais silêncio. E o Click Camboriú seguirá firme no seu compromisso de informar com independência, mesmo que a verdade possa ser desconfortável.



