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Aeroporto de SC emite alerta sobre segurança operacional

Um problema tem tirado o sono da administração do Aeroporto Internacional de Navegantes, em Santa Catarina. Recentemente, uma série de “ataques” com lasers a aviões gerou um alerta na comunidade. Para lidar com isso, uma campanha de conscientização foi lançada, ressaltando os riscos que essa prática traz tanto para os pilotos quanto para os passageiros.

Até agosto de 2025, já foram registrados 27 casos de lasers sendo apontados para aeronaves durante pousos e decolagens. Para se ter uma ideia, nos anos anteriores, a média era de cerca de 10 ocorrências por ano. O aumento tem sido especialmente notável em áreas entre Itajaí e Navegantes, além de relatos próximos à cidade de Penha.

### Entenda os riscos de apontar lasers contra aviões

Quando alguém aponta um laser para uma aeronave, os riscos são reais. O feixe luminoso pode ofuscar a visão do piloto, causar cegueira momentânea e, em casos graves, levar a lesões oculares. Além disso, essa luz intensa pode interferir na leitura dos instrumentos do avião, comprometendo a percepção do ambiente e elevando a chance de erros durante a navegação, como manobras bruscas para evitar situações perigosas.

O gerente do aeroporto, Wilson Rocha, enfatiza a importância da conscientização: “Queremos mostrar que os lasers não são brinquedos; representam uma ameaça à aviação e essa prática é crime.” Recentemente, no dia 23 de setembro, equipes do aeroporto, em parceria com a Polícia Federal, saíram às ruas para dialogar com a comunidade e esclarecer os perigos.

### Especialista destaca que o problema é mundial

De acordo com a Motiva, a empresa responsável pelo aeroporto, a campanha tem como foco orientar sobre os riscos do uso indevido de lasers e a necessidade de denunciar qualquer incidente. O especialista Rafael Santiago, da NAV Brasil, afirma que essa não é uma situação nova e que vem se espalhando pelo mundo desde os primeiros relatos, em 1993. Ele compartilha que já foi alvo de lasers em sua trajetória na aviação, que começou em 2007.

Ele explica que o impacto de um laser na cabine é muito diferente do que alguém no solo imagina. “Às vezes, a pessoa acredita estar mirando apenas a estrutura do avião, mas o feixe pode atingir diretamente os olhos dos pilotos”, alerta. Estudos internacionais mostram que isso pode causar distrações, ofuscamento e, até mesmo, lesões visuais, especialmente em momentos críticos como durante a decolagem e aterrissagem.

### Prática de apontar lasers contra aviões é criminosa

O analista de segurança do aeroporto, Ricardo Luiz Barbosa Ouriques, reforça que essa prática é não apenas perigosa, mas também ilegal. “Atos assim aumentam os riscos para todos a bordo e exigem ação das equipes em terra para ativar protocolos de segurança”, explica. Este tipo de interferência é classificado como crime no Brasil, conforme o artigo 261 do Código Penal, com pena que pode variar de dois a cinco anos de reclusão, podendo ser maior em casos que resultem em acidentes com vítimas.

Esse cenário é um lembrete importante: cuidar da segurança na aviação é responsabilidade de todos.

Rodrigo Peronti

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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