O Hospital Governador Celso Ramos, localizado em Florianópolis, se destaca como o campeão em doações de órgãos em Santa Catarina. Entre janeiro e agosto deste ano, a unidade registrou 32 doações, o que representa uma notável taxa de apenas 19% de recusas por parte das famílias.
Com mais de 58 anos de história e oferecendo mais de 30 serviços especializados, o HGCR se tornou uma referência quando o assunto é doação de órgãos. O neurologista Diego Fagundes, que também é coordenador da equipe de transplantação do hospital, explica que as doações geralmente ocorrem quando pacientes chegam à emergência em estado crítico e, infelizmente, evoluem para a morte encefálica.
“Quando isso acontece, nosso objetivo é sempre buscar reverter a condição do paciente. No entanto, muitos acabam não resistindo. O diagnóstico de morte encefálica é feito com base em critérios rigorosos que garantem a integridade do processo de doação,” detalha Fagundes.
Após a confirmação da morte, é hora de entrar em contato com a família para obter a autorização para a doação dos órgãos. É aí que o HGCR se destaca ainda mais, uma vez que a taxa de recusa é bem baixa, com apenas 19% das famílias não autorizando a doação.
Como Funciona a Doação de Órgãos
Até agosto de 2025, Santa Catarina contabilizou 234 doações de múltiplos órgãos. As cinco instituições que mais contribuíram para esse total somam 120 dessas doações. Veja a lista:
- Hospital Governador Celso Ramos (Florianópolis): 32 doações
- Hospital Santa Isabel (Blumenau): 27 doações
- Hospital Maternidade Marieta Konder Bornhausen (Itajaí): 27 doações
- Hospital São José (Criciúma): 19 doações
- Hospital Regional do Oeste (Chapecó): 15 doações
De acordo com Diego Fagundes, a comissão hospitalar de transplante, que abrange 69 instituições do Sistema Estadual de Doação, é fundamental para facilitar as doações no estado. “Nosso papel é gerenciar os fluxos e, mais importante, oferecer acolhimento para as famílias durante momentos tão difíceis. A autorização para a doação é um gesto de amor, e sem essa compreensão, não conseguiríamos avançar,” enfatiza.
Atualmente, 1.641 pessoas aguardam por transplantes em Santa Catarina, e a demanda pelo rim é a mais alta, com 933 casos registrados.
