Balneário Camboriú

Método Wolbachia em Balneário Camboriú: dúvidas frequentes

Tamila Kleine, coordenadora regional da Wolbito do Brasil, bateu um papo com o Click Camboriú e respondeu várias dúvidas que a galera tem sobre o Método Wolbachia. Durante a conversa, ela falou sobre como essa bactéria age no mosquito Aedes aegypti, a segurança do projeto, o cronograma de liberação dos mosquitos em Balneário Camboriú e os resultados que já foram observados em outras cidades. Tamila também esclareceu uns boatos que estão circulando e indicou canais oficiais para quem quiser se aprofundar mais no assunto.

Vamos às perguntas e respostas!

O que é o Método Wolbachia, que Balneário Camboriú está recebendo?

O Método Wolbachia é uma tecnologia que está chegando por aqui. É verdade que já está em uso no Brasil há bastante tempo, mas agora vai complementar as iniciativas que a prefeitura já tem para combater as arboviroses, não só a dengue.

O que é a Wolbachia? Como ela invade o Aedes aegypti?

A Wolbachia é uma bactéria, e eu sei que quando falamos de bactérias, algumas pessoas ficam preocupadas. Mas calma! Essa é uma bactéria natural que já vive em muitos insetos. Ela foi colocada de forma controlada no Aedes aegypti, o mosquito que transmite a dengue, zika e chikungunya.

O Wolbito é transgênico?

Não, de forma alguma. O mosquito Wolbito não é transgênico e não foi modificado geneticamente. Ele é o mesmo Aedes aegypti de sempre, só que agora com a Wolbachia inserida durante a fase de ovo. Isso não muda nada no comportamento dele— continua voando, se alimentando e vivendo normalmente.

A Wolbachia pode causar doenças em humanos ou animais?

De jeito nenhum! A Wolbachia é uma bactéria que só vive dentro de insetos e não tem risco nenhum para humanos, animais ou plantas. Ela é exclusiva dos insetos.

É seguro soltar mosquitos na cidade? Somos cobaias do projeto?

É seguro, e não, você não é cobaia! O método já existe há mais de 20 anos em 14 países. Aqui no Sul é uma novidade, por isso algumas pessoas ficam apreensivas. Mas lembre-se: novas tecnologias têm o objetivo de melhorar nossas vidas. E os resultados vêm sendo bem positivos. Pode investigar!

Como vão ser as liberações de mosquitos?

As liberações vão acontecer ao longo de 26 semanas. A ideia é começar nas próximas semanas. A soltura vai ser feita pelos agentes de saúde, em veículos identificados, então todo mundo vai ver o “carro do mosquito” passando. Os mosquitos vão ser soltos em alguns bairros de forma gradual, sem pressa, para acompanhar como eles se adaptam.

O mosquito com Wolbachia ainda pica as pessoas?

Sim, ele é o Aedes aegypti, então continua a picar. E vale lembrar que somente as fêmeas é que picam. Caso você veja um mosquito, não fique com dúvida: pode matar! Ele continua a incomodar do mesmo jeito.

Quanto tempo leva para o método começar a dar resultado?

Os resultados vão aparecer a médio prazo. Não é só soltar os mosquitos e esperar que tudo melhore instantaneamente. Depois das 26 semanas de soltura, começo a enxergar mudanças. A população do Aedes “selvagem” vai aos poucos sendo substituída pelos Wolbitos, o que traz benefícios num tempo de meses.

Já foi testado em outras cidades ou países? Quais resultados apresentou?

Sim, o método já foi aplicado em 14 países e em várias cidades do Brasil. Por exemplo, Joinville começou a implementação ano passado e já estão vendo frutos. Niterói, no Rio de Janeiro, foi a primeira cidade 100% beneficiada e teve resultados bem animadores.

O mosquito com Wolbachia em BC pode ir para outras cidades?

Não! O Aedes aegypti é meio caseiro e não migra. Ele voa em um raio curto. Claro, pode acontecer de um ou outro mosquito dar um rolê em bolsa ou carro, mas eles não vão simplesmente voar para outra cidade.

Quais bairros de BC receberão o método?

A soltura vai acontecer em uma parte do Centro, no Bairro das Nações, dos Municípios e Ariribá.

Quem escolhe os municípios do Brasil que serão contemplados com o método?

Essa escolha fica a cargo do Ministério da Saúde, que leva em conta dados epidemiológicos e a capacidade de suporte do município.

Como saber se o mosquito tem ou não Wolbachia?

Não dá para saber! Eles têm o mesmo tamanho e aspecto. A recomendação é a mesma: se vir um mosquito, pode matar. Não existe problema em matar, afinal, o método foi pensado considerando que alguns mosquitos não sobrevivem.

Pode matar o mosquito?

Claro que pode! Se você vir um mosquito, não hesite. Ele pode picar e incomodar como qualquer outro.

A população precisa fazer alguma coisa?

Sim, a população deve manter os cuidados normais. O Método Wolbachia não substitui as medidas de prevenção contra a dengue, como não deixar água parada e usar repelente.

Por que algumas pessoas ainda têm receio dessa proposta?

Toda novidade gera um pouco de insegurança. Soltar mosquitos é diferente das práticas tradicionais de controle. Porém, é normal ter um pé atrás ao lidar com algo novo. Mas a informação está disponível e é importante buscar conhecimento.

De onde surgiu a Wolbito do Brasil? Quem está por trás da empresa?

O Método Wolbachia chegou ao Brasil pela parceria do WMP (World Mosquito Program) com a Fiocruz. O projeto cresce a cada dia para atender a demanda do país.

Assim como toda inovação, algumas fake news estão circulando sobre o método. O que você pode falar para tranquilizar a população?

Esse método já tem mais de 20 anos de sucesso em vários lugares do mundo. O que é preciso é se informar! A Wolbachia é uma presença natural no nosso dia a dia, já está nos insetos e não prejudica a saúde das pessoas. É bom lembrar que até a abelha e o caruncho têm Wolbachia!

Quem tiver dúvidas, onde deve procurar informações?

Podem seguir a gente no Instagram, @wolbitodobrasil, ou entrar em contato pelo WhatsApp, que é o “Wolbito Responde”. A equipe está à disposição para esclarecer qualquer dúvida durante o horário comercial. Se não encontrar a resposta, manda a pergunta que a gente responde!

Rodrigo Peronti

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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