O governo brasileiro está sem informações sobre quantas autoridades tiveram seus vistos americanos cancelados por ordem da Casa Branca e do Departamento de Estado dos Estados Unidos. O processo para verificar a situação dos vistos deve ser feito individualmente por cada pessoa afetada, já que os EUA alegam questões de privacidade para não divulgar essas informações.
De acordo com diplomatas, essa falta de transparência não impede que algumas autoridades brasileiras falem abertamente sobre o assunto. Recentemente, nomes como o de Mozart Julio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, coordenador-geral para a COP30, foram mencionados como afetados pelas sanções.
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, relacionou esses cancelamentos ao programa Mais Médicos, implementado durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Fontes do Palácio do Itamaraty apontam que Rubio, que tem ascendência cubana, busca estabelecer uma conexão direta entre o Brasil e Cuba por meio de suas declarações.
Além dos afetados no Brasil, pessoas de países da África e da América Central com ligações a Cuba também estariam na lista de sanções. Rubio fez referência ao fato de que o Brasil contratou médicos cubanos entre 2013 e 2018 para suprir vagas no SUS (Sistema Único de Saúde), classificando essa ação como “um golpe diplomático inconcebível”.
O governo brasileiro considera essa atitude uma provocação direta, uma vez que o programa de médicos cubanos se originou em gestões anteriores do PT (Partido dos Trabalhadores). Vale ressaltar que as regras desse programa determinam que os médicos cubanos e de outras nacionalidades são chamados apenas para ocupar as vagas que não atraem interesse de profissionais brasileiros, formados tanto no país quanto no exterior.
