Causa da morte de Raul Seixas é abordada em série no Globoplay
A série “Raul Seixas: Eu Sou”, que se destacou como um dos conteúdos mais vistos no Globoplay no último mês, trouxe à tona novas discussões sobre a vida e a morte do famoso cantor e compositor Raul Seixas, conhecido como o “Maluco Beleza”. Raul faleceu no dia 21 de agosto de 1989, aos 44 anos.
De acordo com informações oficiais, a causa da morte de Raul foi uma parada cardíaca provocada por uma pancreatite fulminante. O artista lutava contra problemas de saúde, como diabetes e alcoolismo, e no dia anterior à sua morte, ele não havia administrado a insulina que precisava. O impacto da dependência química em sua carreira e em suas relações pessoais é retratado na série.
Vivían Seixas, filha mais nova de Raul com Kika, e Sylvio Passos, amigo íntimo do cantor, têm se esforçado para esclarecer rumores e honrar a memória do artista. Um mito comum é a ideia de que Raul “morreu pobre e sozinho” ou que Kika o teria “abandonado”. Vivían, que tinha apenas oito anos quando seu pai faleceu, contesta essa narrativa. Ela fala sobre a complexidade da dependência química e destaca que a responsabilidade pela morte de Raul não recai sobre sua mãe. “Infelizmente, a culpa foi dele, que não buscou tratamento e não se manteve nele”, afirma.
Sylvio Passos apoia essa visão, afirmando que não há culpados e que a família inteira sofre com a doença. Raul enfrentou o alcoolismo desde a infância, e Kika tentou diversas vezes interná-lo para tratamento, mas ele conseguia sair das clínicas e não seguia as orientações médicas. Enquanto Kika se dedicava à carreira de Raul, o cantor frequentemente priorizava o consumo de bebida.
Vivían recorda um episódio ocorrido um mês antes da morte do pai, quando o visitou em São Paulo. Durante uma visita a uma padaria, Raul pediu um chopp, mesmo após Kika pedir que ele fosse moderado em função da presença da filha. Ao ver o pai beber, Vivían ficou muito emocionada e perguntou por que ele estava fazendo isso. Raul, então, respondeu: “O papai sabe o que tá fazendo”, levando Vivían a acreditar que ele havia feito sua escolha.
A saúde de Raul Seixas se deteriorou drasticamente a cada internação. O cantor já havia passado por uma cirurgia para retirada parcial do pâncreas, além de conviver com diabetes e hipertensão. Apesar de sua situação alarmante, Raul não se adaptava ao tratamento nas clínicas e frequentemente se queixava de ter que enfrentar uma rotina monótona.
### A herança de Raul Seixas
Apesar de ser um dos grandes nomes da música nacional, o inventário de Raul Seixas concluído em 1992 mostrou que ele não possuía imóveis em seu nome e tinha apenas uma quantia simbólica em sua conta bancária. Uma carta escrita por sua mãe, Eugênia Seixas, que fez parte do inventário, revelou a solidão que Raul sentia: “Ele sofreu muito de solidão. Mesmo amando, não se entendia com ninguém. No fim, lamentou ter perdido a família.”
Os direitos autorais das 324 músicas que Raul compôs foram divididos entre suas três filhas: Simone, Scarlet e Vivían. A administração desse valioso patrimônio musical é realizada principalmente por Vivían, em colaboração com sua mãe, Kika Seixas.
Vivían destaca que Raul deixou uma herança que vai além da música, como um artista que era provocador e questionador, e que não tinha medo de ser autêntico. Seu legado segue vivo, com suas músicas ainda tocando nas rádios e nas plataformas de streaming, continuando a influenciar novas gerações.