Galípolo se encontra com presidente do BRB sobre caso Master
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, se reuniu nesta segunda-feira, 21, com o presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa. O encontro ocorreu dois dias após Galípolo ter conversado com Daniel Vorcaro, proprietário do banco Master, na sede do Banco Central.
Essas reuniões estão relacionadas à análise do Banco Central sobre a compra do banco Master pelo BRB. Participaram também da reunião os diretores Ailton Aquino, responsável pela Fiscalização, e Gilneu Vivan, que cuida da Regulação. Do lado do BRB, estava presente Dario Oswaldo Garcia Junior, diretor-executivo de Finanças e Controladoria.
O principal objetivo desses encontros é esclarecer dúvidas sobre a documentação que foi recentemente apresentada ao Banco Central. No início do mês, Galípolo comentou que o BRB e o banco Master ainda estavam definindo os detalhes da operação de compra.
Esse processo de definição é importante porque determina qual parte do banco Master será adquirida pelo BRB. Segundo informações anteriores, a fatia que será comprada deve ser menor do que o inicialmente previsto. Isso se deve a problemas encontrados na documentação de vários ativos e passivos do banco privado, o que pode levar à exclusão de ativos com documentação insatisfatória da negociação.
Galípolo também ressaltou, em audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, que o Banco Central analisará a viabilidade da operação, sem entrar no mérito da conveniência para os acionistas.
Além disso, no último dia 14, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) instaurou um processo administrativo para investigar a alta cúpula do BRB, em relação à elaboração de demonstrações financeiras do ano de 2024 e à convocação de assembleias gerais que não respeitaram os prazos legais.
O balanço que está sendo investigado pela CVM apresenta um lucro líquido recorrente de R$ 282 milhões para 2024, um aumento de 41% em relação ao ano anterior, impulsionado por um crescimento de 15,1% na margem financeira devido à expansão da carteira de crédito e à diversificação dos produtos oferecidos.
Em junho, a Superintendência-Geral do Cade, responsável por questões de defesa da concorrência, aprovou a compra de uma parte do Banco Master pelo BRB. Entretanto, a transação ainda precisa da aprovação do Banco Central para ser concretizada.
A aquisição de 58% do banco Master pelo BRB foi anunciada em 28 de março e gerou debates entre o Banco Central e os principais bancos do país, além de preocupações manifestadas por parlamentares do Distrito Federal.