A companhia aérea Delta, dos Estados Unidos, anunciou que irá adotar a inteligência artificial (IA) para definir preços de passagens de maneira personalizada. O objetivo é aplicar essa tecnologia em 20% das vendas até o final de 2025. Esta estratégia foi revelada em uma reunião com investidores, onde a empresa destacou a intenção de mudar completamente a forma como os preços são determinados.
Atualmente, o valor das passagens já varia bastante de acordo com diversos fatores, como a época do ano, horário dos voos, demanda, promoções e custos operacionais. Contudo, a novidade da Delta é utilizar a IA para ajustar os preços em tempo real, de acordo com o perfil de cada cliente. O presidente da companhia, Glen Hauenstein, descreveu essa tecnologia como um “super-analista” que opera continuamente para definir as opções de preços.
Hauenstein explicou que, ao invés de usar uma tabela fixa, o sistema levará em consideração dados específicos de cada voo e de cada passageiro, permitindo que diferentes pessoas tenham cotações distintas para a mesma viagem. Atualmente, a IA já define o preço de 3% das passagens da Delta, um aumento em relação a apenas 1% registrado nove meses atrás.
De acordo com Hauenstein, a implementação da IA tem apresentado resultados positivos, contribuindo para o aumento da receita por passagem vendida. A empresa Fetcherr, responsável por oferecer a tecnologia de precificação à Delta, afirma que seu sistema pode elevar a receita em até 9%. A Delta também teve um desempenho financeiro que superou as expectativas do mercado recentemente.
Essa abordagem, no entanto, gerou críticas. Políticos e ativistas se manifestaram preocupados, classificando a medida como “predatória” e afirmando que pode ser uma tentativa de manipular os consumidores para que paguem mais do que deveriam. Esse posicionamento reflete a tensão entre as inovações tecnológicas no setor aéreo e as preocupações com a proteção dos direitos dos passageiros.
