Dez pessoas foram resgatadas no Mar Vermelho após o naufrágio de um navio próximo ao Iémen, em meio a um ataque do grupo Houthi. A missão de segurança marítima da União Europeia confirmou que várias outras pessoas estão sendo mantidas pelos rebeldes.
Os Houthis afirmaram que levaram alguns dos membros da tripulação a um local não revelado após atacar o navio Eternity C. Este foi o segundo ataque direcionado a embarcações comerciais na região esta semana. Fontes de segurança marítima indicam que seis membros da tripulação estão com os Houthis.
Três pessoas a bordo do navio perderam a vida no ataque. O Eternity C tinha uma tripulação de 22 pessoas, composta por 21 filipinos e um russo, além de uma equipe de segurança com três membros. Destes dez resgatados, oito eram filipinos e os outros dois pertenciam à equipe de segurança, de nacionalidade grega e indiana.
O navio Eternity C, que era um cargueiro com bandeira da Libéria e operado por uma empresa grega, foi alvo de múltiplos ataques com foguetes nas últimas dias, conforme informações da agência de operações marítimas do Reino Unido. O naufrágio ocorreu na manhã de quarta-feira.
Os Houthis, que têm apoio do Irã e controlam grandes áreas do Iémen, assumiram a responsabilidade pelo ataque. Eles alegaram ter utilizado um barco não tripulado e mísseis para atingir o Eternity C, que, segundo seus relatos, estava se dirigindo para o porto de Eilat, em Israel. O grupo garantiu que o navio estava “totalmente afundado” e que os membros resgatados receberam cuidados médicos antes de serem levados a um local desconhecido.
A missão dos Estados Unidos no Iémen acusou os Houthis de sequestrar os membros da tripulação e pediu pela sua liberação imediata. Um vídeo divulgado pelos Houthis mostra o navio severamente danificado e começando a afundar após o ataque, além de comunicações de rádio anteriores em que afirmam que a tripulação estaria segura.
Este evento marca o segundo naufrágio promovido pelos Houthis na mesma semana, após um ataque ao navio carregador Magic Seas, que forçou a equipe a abandonar a embarcação. Os Houthis têm frequentemente atacado navios que alegam ter ligações com Israel, prometendo continuar esses ataques até que Israel cesse suas operações militares em Gaza.
Os rebeldes declararam que “continuarão as operações militares em apoio ao povo palestino oprimido” até que a agressão contra Gaza pare e o cerco seja levantado. Em maio, o grupo concordou em suspender ataques contra navios de guerra dos Estados Unidos no Mar Vermelho, após meses de bombardeios das forças norte-americanas em suas bases e infraestrutura. No entanto, não houve compromisso em encerrar os ataques a outros navios supostamente conectados a Israel, o que intensificou o temor de uma nova crise de navegação em uma rota comercial global vital.
