Itapema

Ricardo Godoi faleceu devido a negligência médica, aponta MPSC

O Ministério Público de Santa Catarina denunciou um médico por homicídio culposo após a morte do influenciador Ricardo Godoi, de 45 anos. Ele faleceu no dia 20 de janeiro, enquanto passava por um procedimento de anestesia geral para uma tatuagem em Itapema, no Litoral Norte. O caso levantou uma série de questionamentos sobre a segurança em procedimentos estéticos.

A investigação revelou que, no dia 16 de maio, o médico foi indiciado pela Polícia Civil. O inquérito apontou que ele não solicitou exames necessários que poderiam ter indicado os riscos da anestesia geral. Esses testes, como eletrocardiograma e radiografia de tórax, são recomendados especialmente para quem tem histórico de hipertensão, no caso de Godoi.

O que aconteceu durante o procedimento

Ricardo sofreu uma parada cardiorrespiratória logo após a anestesia e não sobreviveu. Há informações de que o médico não conhecia o paciente antes do procedimento, o que contraria normas do Conselho Regional de Medicina de SC. Fatos como esses são bem sérios e geram preocupação em relação à prática médica.

Em audiência realizada em 4 de agosto, o médico teve a chance de aceitar um acordo de não persecução penal, mas decidiu não aceitá-lo. Por isso, a denúncia foi formalizada. O promotor de Justiça Leonardo Fagotti Mori explica que, com base nos laudos e depoimentos, o Ministério Público vai solicitar a realização de uma audiência e, eventualmente, a condenação e reparação para a família de Ricardo.

Contexto do caso

Ricardo Godoi buscava fechar uma parceria para fazer tatuagens e decidiu optar pela anestesia para evitar dor, já que colegas haviam usado esse recurso anteriormente. A família expressou preocupação sobre esse procedimento, mas ele decidiu avançar assim mesmo. Antes de falecer, ele comentou em seus stories sobre a tatuagem e que estava se preparando para um “procedimento cirúrgico”.

Infelizmente, cerca de 10 horas depois, foi divulgada a nota de falecimento, informando sobre a morte. O laudo da Polícia Civil indicou que ele tinha hipertrofia ventricular, uma condição que pode ser exacerbada pelo uso de anabolizantes, como é o caso de Godoi, que tinha interrompido o uso há apenas cinco meses.

Riscos de anestesia geral em procedimentos estéticos

Na época, especialistas foram consultados para esclarecer os riscos associados à anestesia geral, mesmo em pacientes saudáveis. O cardiologista Raphael Boesche Guimarães destacou que reações alérgicas e complicações graves, como paradas cardiorrespiratórias, podem ocorrer. Ele enfatizou que procedimentos desse tipo devem ser realizados em ambientes controlados, com profissionais capacitados e monitoramento constante.

Embora a anestesia geral para tatuagens não seja proibida, exige atenção especial. Uma consulta pré-anestésica é fundamental para avaliar riscos específicos.

Três pilares para a segurança

  1. Avaliação prévia completa: Identificar condições que aumentam os riscos, como doenças do coração.

  2. Análise de riscos e benefícios: Avaliar se os benefícios da anestesia compensam os riscos.

  3. Cumprimento de protocolos: Garantir que apenas equipes treinadas e em ambientes adequados realizem esses procedimentos.

Essas informações são essenciais para garantir a segurança de todos que consideram procedimentos estéticos, especialmente os mais invasivos.

Rodrigo Peronti

Jornalista, pós-graduado em Comunicação e Semiótica, graduando em Letras. Já atuou como repórter, apresentador, editor e âncora em vários veículos de comunicação, além de trabalhar como redator e editor de conteúdo Web.

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